4 é par? - Capítulo 16 +1

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Conto ficcional

Fiquei meio tonto com aquela pancada que recebi na cabeça e precisei sentar no chão para não cair. Mesmo tonto ouvi painho dizer:

- Você não vai matar meu filho!

Eu não consegui ver direito, mas Seu Rui tentou acertar a perna de Carlos com uma cadeira de ferro dobrável que tinha no bar. Após isso os dois entraram em luta corporal. Seu Carlos é uns 15 anos mais velho que painho, mas nem por isso era mais fraco.

Os dois começaram a trocar socos, empurrões, chutes e todo tipo de golpe, cada tentativa de um golpear o outro era acompanhada de uma frase, o diálogo era mais ou menos assim:

- Seu ingrato, você deveria me agradecer por tudo que fiz pra você.

- Não vou te agradecer por tentar matar meu filho.

- Esse viado nem é teu filho.

- É meu filho sim, eu que criei, ele tem meu sobrenome, todo meu sacrifício foi pra ver ele bem.

- Para de graça. Se esse baitola sair daqui a cidade toda vai saber o que a gente faz.

- E você está com medo da cidade saber que você é um baitola também?

- Eu não sou baitola!

- Quem dá o cu é o que?

- Eu sinto prazer no furico, mas não beijo homem!

- Vamos ver o que o povo vai achar disso!

- Você está me ameaçando? Logo eu que sempre cuidei de você, sempre te protegi. Eu paguei suas dívidas, você me deve mais de 500 mil só pelo hospital do moleque aí que você está tentando defender.

- 500 mil? Continuem que estou adorando ouvir como um homem de seus 50 anos está sendo enrolado. (Era a voz de Clarice falando.).

- Como assim eu estou sendo enrolado? (Painho perguntou.).

- Cala a boca sua aberração do inferno. Achou pouco as matérias que plantei contra você nos jornais daqui? Posso fazer bem pior se você não colar a boca. (Eu ainda estava confuso e sentindo um líquido escorrer pela minha nuca, mas ouvia claramente aquela ameaça de Carlos.).

- Querido, suas matérias foram apenas propaganda para meu bar, meu novo público é mil vezes melhor.

- Por favor me expliquem em que estou sendo enganado.

- Tudo bem que a conta do hospital é alta, eles cobram até pelo algodão que usam, mas não deve passar do 5 ou 10 mil e olhe lá, isso no caso de Miguel que precisou até de consulta com psicóloga, lavagem estomacal, alimentação especial, aí essas coisas vão somando valor. Rui, você viu a fatura, olhou os prontuários médicos?

- Eu confiei nesse desgraçado. Mas isso não vai ficar assim.

Nessa hora painho voo pra cima de Seu Carlos, mas o mais velho foi mais rápido e desviou, fazendo painho cair por cima de algumas mesas. Clarice foi pra cima dele e o empurrou contra a parede, fazendo ele cair no chão também. Quando Clarice deu as costas e veio ver como eu estava, achando que Carlos estaria no chão, ouvimos ele falar:

- Agora chega. Vou matar os três.

O ex patrão de André falou aquilo apontando uma arma para nossas cabeças. Ele fez nós três ficarmos próximos um ao outro e começou a falar, apontando uma arma para nossas cabeças:

- Eu não sou uma pessoa ruim. Tudo o que eu quero é poder viver em paz, mas ninguém quer deixar, vocês não querem deixar. Rui, você poderia ter uma vida de rei se vivesse comigo, mas você quer ficar preso nessa merda de família. Eu nunca quis seu amor, só queria seu prazer, bastava tomar um remedinho e me comer para o resto da vida. Mas você é um ingrato. Depois de tudo o que eu fiz por você, tudo o que eu gastei por você. Eu poderia ter te dado esse dinheiro todo, poderia bancar uma vida de luxo. Mas agora já era, você vai morrer hoje. E vocês dois vão morrer também, como queima de arquivo.

Irmão também serve pra issoOnde histórias criam vida. Descubra agora