na verdade eu queria ser um pirata | kuroken.

9

À noite foi que tudo mudou. A cidadezinha começa a acordar devagar, músicas tocam e as luzes se acendem, e com toda essa mudança nova patrulha a procura do príncipe começa, e dessa vez ela infelizmente obtém sucesso. Bem, quando Kuroo e Kenma estão alegremente dividindo um pedaço de torta de uva e um copo de refrigerante como duas crianças é que o príncipe reconhece os gritos do exército do rei. Ele sabe que não vai conseguir se livrar e se esconder por muito tempo, então apenas manda Kuroo correr, e assim ele o faz a tempo de não der visto pelo grande guarda que aparece em cima de um cavalo e puxa Kenma pelo braço. O loirinho não tenta se debater, não tenta gritar e muito menos agredir o guarda, apenas aceita que sua estadia na grande família chegou ao fim e que agora ele terá que aguentar o sermão de um palácio inteiro.

Ele mal atravessa o portão do castelo e já começa a sentir falta de Kuroo, porque ele sabe que não irá rever o amigo tão cedo. O amigo que lhe ensinou coisas em tão pouco tempo; Lhe mostrou o seu próprio reino que mal conhecia, devido ao cárcere que era o castelo em que morava; Lhe permitiu acreditar em alguém e se sentir em casa pela primeira vez, ouvido e entendido pela primeira vez. Ele espera que Kuroo tenha sentido o mesmo, embora ele saiba que o amigo nunca havia sido privado de todas essas sensações. Ele sempre tivera amigos próximos, sempre andou pelas ruas cheias de poeira, sempre teve alguém para lhe fazer carinho na cabeça e dizer que tudo ficaria bem.

Aquela foi a primeira vez que Kenma dançou com alguém e a dança pareceu realmente certa. Como se seus corpos tivessem sido criados para fazerem parte de uma sinfonia, se encaixando perfeitamente sem nem uma música tocando. Kenma havia se perdido em Kuroo, ao mesmo tempo que havia o encontrado em si mesmo. Como o horizonte se encontrava com a água. Como flores e primavera, inverno e gelo, verão e picolé, outono e ventania.

Mas Kozume promete não se dar por vencido. Agora que sabe que descer a montanha não o mataria, ah, daqui pra frente ninguém o segura!