O Limite

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Foi apenas um selar leve e Chenle se afastou o mínimo para ver o rosto de Jisung, ele não tinha expressão então não poderia dizer se tinha gostado ou não, as mãos do Park seguraram a cintura do mais velho e esse foi sinal que precisava para fazer aquilo novamente. Os lábios de ambos se tocaram e dessa vez não sendo apenas um selinho rápido, era perceptível que o coreano não tinha habilidade com aquilo, e não é atoa, Park Jisung nunca tinha beijado alguém.

O chinês estava no controle da situação pela primeira vez desde que começaram a se falar, ele achava que sempre esteve mas não sabia que Jisung tinha as melhores táticas de manipulação e que esse tempo todo só estava agindo como Park queria que agisse, o plano não estava indo conforme Chenle planejou, e sim como Jisung pensou e repensou ao lado de Sungchan, esse momento, era o único em que Zhong estava no controle.

— Meninos, eu fiz uns... Minha nossa — Os garotos se afastaram rápido e olharam envergonhados para a porta, encontrando uma Gyuri surpresa e sorrindo de lado — E você me disse que eram apenas amigos, Chenle.

— Noona... Não comece — Zhong pede com as bochechas queimando de vergonha, a mulher riu e deixou a bandeija com sanduíches em cima da escrivaninha para os garotos comerem e depois saiu como se não tivesse visto nada, mas por dentro estava feliz de ter finalmente visto o seu garotinho aceitando quem realmente é.

— Lele — Jisung chamou a atenção do mais velho — Me desculpa por isso — Ele apontou para a blusa do chinês que estava manchada da tinta rosa, se lembrou das mãos grandes de Jisung segurando sua cintura e seus dedos sujos de tinta, foi assim que acabou sujando sua blusa favorita.

— Não tem problema, Gyuri pode tentar dar um jeito nisso — Zhong sorriu e se levantou, voltando a arrumar o quarto — Jisung, podemos deixar isso... Só entre nós? Não estou pronto para contar aos meus amigos.

— Depende.

— Depende do quê?

— Vou ganhar mais um beijo se manter o segredo? — Park estava com as bochechas vermelhas e um sorrisinho de lado, o chinês riu e balançou a cabeça positivamente.

— Quantos você quiser, Sunggie.

Os dois terminaram de arrumar o quarto e logo o Park se despediu do amigo, ao chegar na sua casa cumprimentou as mães com um sorriso no rosto, ele parecia muito animado e isso foi uma esperança para elas, agora parecia o mesmo menino de antes. Ele correu para a casa do vizinho e tocou a campainha.

Quem atendeu foi Taeil, o irmão mais velho de Sungchan, passou direto por ele e subiu as escadas até o quarto no amigo e bateu na porta repetidas vezes.

— Quer derrubar a porta, Jisung? — Sungchan abre e o Park entrou sem pedir licença — E a educação, enfiou onde?

— Fica quieto que eu tenho novidades — Jisung deu pulinhos de alegria — Eu estava até agora na casa do Zhong e adivinha? A gente se beijou.

— Mentira, Menino...Você me disse que ele é muito homofóbico e tal, como ele retribuiu assim?

— Ele disse para mim no sítio que tinha algo escondido e não sabia se era certo contar aos amigos, eu já percebi o que era e disse que estava tudo bem em gostar de meninos também e ele não discordou, hoje acabou rolando um acidente e caímos no chão juntos e foi aí que ele me beijou.

— Eu estou verdadeiramente em choque — Sungchan estava com os olhos bem abertos e com a mão no coração, como se tivesse ouvido a maior fofoca do ano.

— Isso é ótimo, hyung, agora eu posso me aproveitar disso.

— O que pretende fazer?

— Ele se preocupa muito com a popularidade, então vou destruir a imagem dele no colégio distribuindo fotos dele me beijando, só preciso do momento certo e alguém que me ajude a colar as imagens pelo colégio, eu não posso fazer isso sem que descubram.

— Meu namorado está no primeiro ano e estuda no seu colégio, ele é praticamente invisível aos olhos dos outros alunos então ele poderia ajudar e ninguém desconfiaria.

— Isso é ótimo, mas ele toparia?

— Ele faz de tudo por mim, relaxa.

Os dois conversaram mais sobre o plano e chegaram a conversar com Shotaro, namorado de Sungchan, sobre o plano e ele aceitou. Park estava tão feliz que tinha que contar isso para os melhores amigos, chegou na casa dos Lee e foi recebido por Lee Taeyong que imediatamente deu permissão para o garoto entrar.

Jisung entrou no quarto dos Lee encontrando os dois e Huang Renjun assistindo algum filme bobo de super herói.

— Meninos, o plano está chegando ao fim — Jisung conta alegre e Mark pausou o filme para prestar atenção.

— Finalmente vai desistir dessa ideia maluca? — Haechan pergunta.

— Não, Chenle gosta de meninos, ele está afim de mim e irei usar isso para acabar com a imagem dele no colégio e de brinde, os amigos dele vão descobrir que estavam sendo enganados esse tempo todo, vai ser uma delícia ver ele se doendo e chorando quando ver as imagens que vou espalhar pelo colégio de nós dois nos beijando.

— Park Jisung, isso é loucura — Renjun reclama se levantando da cama — Está se ouvindo por acaso? Não percebe o quão cruel está sendo?

— Não chega aos pés do que ele fez comigo.

— E daí, caramba? Sexualidade é uma coisa pessoal demais para se expor, para você pode ter sido tranquilo até demais por ter tantas pessoas boas ao seu lado, mas pessoas como eu e o Chenle não temos quase ninguém para contar, ele está com medo e está confiando em você para ajudar a superar esse medo e poder se abrir para os outros, mas você está apenas abusando da situação para o seu próprio bem — Huang estava nervoso, Jisung tinha chegado ao limite com essa ideia maluca.

— Renjun, não se meta, você nem entende o que é sofrer bullying como eu passei, você só está aqui para roubar os meus melhores amigos — Renjun o olhou surpreso com aquela acusação — E não me olha assim, você apareceu do nada e fica roubando a atenção dos meninos todinha para você.

— Jisung, olha o jeito que você fala com o Renjun — Hyuck fala se intrometendo na discussão.

— Você o defende ou invés defender o amigo que cresceu contigo, ótimo, isso faz de você um falso Lee Donghyuck — Mark estava apenas assistindo a cena em silêncio mas ao ouvir aquilo e ver as lágrimas nos olhos do irmão decidiu tomar uma atitude.

— Chega, sai da minha casa, Park, enquanto você continuar com essas ideias idiotas e não voltar a ser o nosso Jisung, vai estar proibido de pisar nessa casa e de conversar com qualquer um de nós.

Que delícia passar ódio, não é?

𝐂𝐇𝐄𝐍𝐒𝐔𝐍𝐆 𝐏𝐋𝐀𝐍// Cʜᴇɴsᴜɴɢ Onde histórias criam vida. Descubra agora