Capítulo 8 - Vulnerabilidade

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- Isso tudo aconteceu ontem? - perguntou Lucas enquanto passeava com Amélia no parque.

- Sim, e até agora eu não acredito que vocês ficaram trancados no apartamento. - respondeu Amélia.

- Não conseguimos abrir a porta, mesmo com os cartões.

- Valeu Lucas, por topar vim para o parque comigo, eu estava precisando esfriar a cabeça. Eu ainda estou tentando processar tudo.

- Eu até agora não acredito que você tinha magia, bem, isso faz sentido já que seu corpo se acostumou muito rápido com a magia.

- Mas isso não faz sentido, eu não lembro de nada. - crianças corriam pra lá e pra cá, o céu estava com um azul aceso.

- Aqueles são... - Lucas estreitou os olhos. - meus pais?

Amélia olhou em direção onde Lucas olhava, enquanto se aproximavam, ela identificou as mesmas pessoas das fotos que ficavam penduradas no quarto de Lucas, eles estavam deitados na grama observando o céu.

- Pai? - os dois se sentaram.

- Lucas não esperava você aqui, que saudade. - Era um homem de cabelo curto liso, e o outro tinha o cabelo um pouco maior e ondulado, usava óculos e tinha uma leve barba. Os dois abraçaram Lucas.

- Essa aqui é Amélia - Se aproximaram.

- Lucas falou muito de você. - disse o homem de óculos.

- Esse é meu pai Lourenço - apresentou o homem de óculos - e esse é meu pai Thiago. - era o homem de cabelo curto.

- É um prazer conhecê-los - Amélia sentiu a energia saudável que aquela família passava.

- O prazer é todo nosso, vamos tomar um sorvete? - foram para a sorveteria perto do parque.

- O que é essa marca no braço? - Thiago examinou o braço de Lucas, era o arranhado do tamanho de uma bola de tênis que o monstro de pedra deixou.

- A... Nada demais, acabei machucando no quarto. - Lucas mesmo parecendo ter muita intimidade com seus pais, não disse a verdade.

- Vocês tem permissão de sair? - perguntou Lourenço.

- Sim e relaxa, é um centro de estudo não uma escola.

Passaram algum tempo juntos, Amélia descobriu que Lourenço era arquiteto e fez urbanismo, Thiago era advogado, adotaram Lucas quando ele tinha 3 anos.

- Queríamos entrar na justiça contra o laboratório para não deixar Lucas ir. - contou Lourenço enquanto tomava seu sorvete de morango.

- Foi mesmo, Lucas disse que ia ficar tudo bem e nos convenceu dizendo que ia controlar seus poderes. - completou Thiago.

- Além de que não ia dar em nada esse processo. E eu estou bem melhor em magia não é Amélia? - respondeu Lucas.

- A sim, bom pelas histórias que Lucas me contou de congelar panelas e piscinas ele tá bem melhor.

- Desculpa ser incoveniente mas, e você? Já causou algum acidente com sua magia? - essa pergunta de Lourenço despertou os flashes dos sonhos de Amélia, a foto dela pequena levitando a bicicleta de Alex veio em sua cabeça.

- Na verdade, pelo que eu me lembro eu não tinha magia, só depois da Lith.

- Interessante.

Terminamos, os pais de Lucas foram para casa e Amélia e Lucas voltavam para a Lith.

- Por que não falou do monstro para seus pais? - questionou Amélia.

- Eles são muito protetores, iam surtar. Você também não disse a verdade, mas tá tudo bem, faria o mesmo.

- Eu não sei se eu realmente tive magia.

- Acho que temos que nos preocupar em o que a Lith ainda esconde da gente, do que com sua magia, até porque tem uma foto.

- É, você tem razão.

Uma sombra cortou o lugar passando rápido. Amélia e Lucas ficaram atentos. A Lith era um pouco afastada da cidade, então eles passavam por ruas praticamente desertas.

- Vamos mais rápido. - sugeriu Lucas.

- Ok, temos magia para nos defender se acontecer algo. - concordou Amélia.

A sombra pareceu "pousar" atrás deles. Não queriam virar mas olharam para trás. Era uma figura encapuzada com máscara toda na cor preta, só se destacava o que parecia dois círculos vermelhos redondos, que provavelmente era por onde aquilo enxergava.

Amélia e Lucas estavam paralisados de medo, a figura puxou o que parecia um espada da bainha presa a sua cintura, era florescente. Amélia e Lucas começaram a correr antes de ver a espada inteira.

- Temos que fazer um pla... - uma cabo florescente na cor azul puxou o pé de Lucas e interrompeu o que ia dizer. Lucas parecia desmaiado, Amélia virou seu rosto e o sangue escorria do canto de sua testa.

O cabo se recolheu para algo que a figura estava segurando. Amélia não ia deixar Lucas alí mesmo que sua vontade era sair correndo pro mais longe possível. Um carro parou em seu lado.

- Vamos entra rápido - era Kiara que desceu do carro e levantou a braço, o que parecia mãos de magia roxa saiu do chão e segurou aquela coisa pela perna. - isso vai nos dar tempo.

Amélia junto de Kiara colocaram Lucas dentro do carro desacordado, Kiara entrou no banco do passageiro e Amélia e Lucas estavam no banco de trás. Aconteceu tudo muito rápido. No banco do motorista, estava um mulher com a pele morena e cabelos ondulados longo que chegavam as suas costas.

- Ele está vindo? - perguntou a mulher. Kiara olhou para trás e respondeu:

- Aí meu Deus, ele tem um moto. - Amélia também espiou e viu a figura em uma moto atrás deles. - Acelera Celine.

Celine, era a mulher dos arquivos, era quem estava dirigindo. Kiara, Celine, Donatello e Gabriel, os nomes martelavam sua cabeça.

____________________Notas do Autor

Olá, queria agradecer por você ter lido até aqui, já aproveita e deixe seu voto, eu ficaria muito feliz. ( ˘ ³˘)♥

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