Reflexos Do Passado

Capítulo 11 - Conforto

Saíram da casa para ver o carro sumir na estrada a noite, a Lua estava acesa, as estrelas ardiam, e uma mancha mais clara cortava o céu.

- Podemos dormir no mesmo quarto? - foi a primeira coisa que Amélia disse depois que Celine e outros foram embora.

- Você e Lucas? - César levantou uma das sobrancelhas. Amélia acenou com a cabeça para dizer um sim.

- Claro. Ágatha, mostre a suíte para eles por favor e empreste suas roupas, se não a encomodar. - Só naquele momento que Amélia percebeu não ter tomado banho ainda, a sua blusa ainda estava suja de sangue do Lucas.

- Venham comigo - Ágatha parecia entusiasmada. A ideia de Amélia usar uma roupa de Ágatha a fez corar.

Seguiram Ágatha pela escada, o ar estava fresco, a janela do andar de cima estava aberta, os cabelos de Ágatha acompanhavam o vento com sutileza.

O segundo andar tinha o mesmo estilo do de baixo, era muito bonito. Chegaram em uma porta branca com um estrela preta de quatro pontas na parte superior.

- Esse é meu quarto - Ágatha virou a maçaneta - vamos pegar umas roupas.

Lá dentro o chão continuava tendo o mesmo piso de madeira, um tapete grande geométrico nos tons de vermelho e cinza cobria uma parte do chão. A porta do lado de dentro era estilizada, tinha um universo pintado na parte de cima que escorria em outras cores, algo que provavelmente Ágatha que fez.

Sua cama fica em um lado do quarto, e do outro uma escrivaninha, tinha plantas em vários pontos do quarto, todas bem cuidadas. Uma estante cheia de livros ficava no mesmo lado que escrivaninha. Pôsteres e outras decorações como a bandeira sunset que Amélia reconheceu eram espalhadas pelas paredes.

Tinha um ukulele encima da cama, provavelmente ela estava tocando quando chegaram com Celine e os outros.

Mas algo fez Amélia ter que se aproximar, era uma parede com um janela enorme oposto a porta, lá fora, as folhas das árvores balançavam suavemente com o vento, os vagalumes apareciam e sumiam na floresta, Ágatha e Lucas se aproximaram de Amélia, os olhos de Ágatha refletia as luzes dos vagalumes, Lucas segurou na mão de Amélia, mesmo com toda aquela situação, era tão bom ele estar alí.

- É lindo não é? - Ágatha também admirava aquela visão.

- É muito. - Amélia se sentiu encantada por aquilo.

- Nunca canso de ver. Mas enfim, venham escolher as roupas.

Seguiram Ágatha até uma porta dentro de seu quarto que dava a um mini closet.

- Tem roupa para mim? - Lucas perguntou.

- Pode ficar tranquilo, uso roupas masculinas do dobro do meu tamanho. - Ágatha tirou no meio de seus cabides algumas de suas roupas - essas são as mais confortáveis. Podem escolher.

Lucas pegou uma calça tactel preta que era de seu tamanho, e uma camiseta da mesma cor que a calça, que tinha estampado em branco uma caixa torácica na frente, e uma coluna vertebral nas costas.

- Você tem muito estilo. - Lucas admirava a estampa da camiseta. Ágatha sorriu como resposta.

Amélia pegou uma calça moletom na estampa de um xadrez vermelho, e uma blusa preta escrita "essa bruxa não foi para fogueira".

- Auto explicativo. - Amélia dobrou as roupas.

- Vou mostrar o quarto de vocês. - Ágatha os guiou até uma porta branca, como do quarto de Ágatha, mas sem nenhuma personalização. Quando abriu a porta era um quarto com a decoração no mesmo estilo do resto da casa, tinha uma janela em uma das paredes e duas camas, uma cômoda com um abajur e alguns quadros. - naquela porta tem um banheiro, podem tomar banho lá, tem toalhas dentro do armário da pia. Depois que tomarem banho vamos jantar.