Capítulo Seis - Olá, morte!

386 43 58
                                    

Toni POV

QUE INFERNO DE VIDA!!!

Tudo bem que eu já sabia que ser presa não era algo bom, obviamente, já fiquei em alguns reformatórios e era horrível, uma prisão então com certeza seria muito pior, mas o que eu não sabia era que realmente existia isso de rainha do pedaço, uma presa que tem algum tipo de poder, domínio ou sei lá o quê sobre as outras presas, e a merda dessa presa é justamente a que divide cela comigo, e para ser sincera dividir é um palavra chique e bonita para relatar a minha situação aqui dentro, basicamente eu durmo, como e "vivo" no cantinho da cela enquanto as outras podem andar pelo restante do local. Todos os dias eu quero enfrentar elas mas eu sei exatamente aonde o meu calo aperta, eu sei que com um soco dela eu caio dura no chão e adeus Tonizinha.

Betty, Veronica, Josie e Ethel estão em outras celas e andar, então na hora que podemos nos reunir com as outras presas eu não encontro nenhuma delas, o que me faz surtar mais ainda, eu já estou a duas semanas sem poder falar nada, tem duas semanas que eu só converso com a voz na minha cabeça e olha lá, porque as vezes eu não consigo me escutar já que as outras presas estão ou conversando, gritando enquanto jogam ou transando, sim, eu tenho que ficar no meu cantinho, sofrendo e ouvindo três mulheres na minha frente transando e fazendo questão de gemer, mas aí você se pergunta? E os guardas? Pois é, também queria saber aonde eles estão.

●   ●   ●

Meu Jesus, tomara que o dedo dessa mulher quebre e ela pare com isso.

Penso comigo mesma, não é nem dez da manhã e essas mulher já estão se pegando na minha frente, se ao menos me convidasse...


–Ei, você no chão. - Abro meus olhos e vejo a mulher parada na minha frente só de calça e sutiã. –Tá de olho fechado por que?

–Não queria atrapalhar vocês. - Respondo.

–Você acha feio? - Ela pergunta e eu não entendo. –Acha feio mulheres transando?

–Não, não mesmo. - Dou uma risadinha mas logo percebo o meu ato e paro.

–É engraçado? Eu disse algo para rir, novata?

–Jamais, eu só rir porque, porque... - Fico sem palavras. –Não tem nada, podem continuar e eu vou ficar aqui.

–Vem com a gente. - Ela me chama e eu engulo seco. –Vem se divertir com a gente.

–Não, não, eu agradeço mas não quero.

–Por que? Tem algo contra alguma de nós? Não somos boas o suficiente para você?

–Não, imagina, eu jamais falei isso, eu só não quero fazer nada com ninguém. - Digo desesperada com a mulher enorme na minha frente.

–Deixa ela aí, não tá vendo que a garota tá se borrando de medo. - A outra mulher qual eu não sei o nome e nem quero, fala. –Vem logo pra cá.


Sou finalmente deixada em paz e eu fecho tanto os meus olhos que acabo pegando no sono, sentada desconfortavelmente no meu cantinho.


–Tem que ser hoje, não podemos mais prolongar isso. - Mantenho meus olhos fechados para continuar ouvindo a conversa.

–Aquele nosso agente me disse que na hora do almoço ele nos entrega o estilete e hoje a noite nos acabamos com essa baixinha aí, é estranho pegar vocês com ela ali no canto. - A outra com a voz mais rouca diz e meu coração acelera. –O pagamento já tá feito né?

–Sim. E ele vai trazer o estilete mais enferrujado, certo? Se ela não morrer com o corte vai morrer com o tétano.

–Isso.

Um amor sem lei- Choni Onde histórias criam vida. Descubra agora