Capítulo Treze - Surpresas e reencontros

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Cheryl POV

Estaciono meu carro no estacionamento da minha delegacia e os meus dedos batucam o volante, mesmo não tendo um ritmo, apenas batucam demostrando minha insegurança e minha ansiedade em reencontrar meus amigos depois de tudo, como eu queria que a vida tivesse um controle remoto para simplesmente voltarmos no tempo e consertar tudo de errado que falamos e fazemos.
Em momento algum eu queria falar com meus tenentes, e principalmente, amigos, da forma como eu falei e tratei eles, foi baixo e eles têm toda razão de se afastarem, até eu me afastaria.

–Toc! Toc! - Saio dos meus devaneios e vejo Minerva na janela do meu carro. –Posso entrar?

–Pode. - Destravo e ela entra no carro.

–Você já está aqui faz tempo, posso saber o que passa nessa sua cabecinha que parece estar trabalhando a todo vapor. - Inclino um pouco o meu banco e seguro sua mão para tentar me passar segurança.

–Eu faço tudo errado, sabe? Sempre erro, o tempo todo, erro quando estou errada, erro quando não estou errada, erro acertando, erro constantemente. É como se eu fosse aquele cientistas maluco do Phineas e Ferb.

–Dr. Doofenshmirtz? - Afirmo com a cabeça e ela faz carinho na minha mão.

–Eu estou sempre errando e afastando todos de mim, eu não aguento mais ser assim.

–Mas você não é assim, óbvio que cometemos alguns erros mas não é só isso que forma sua vida. - Aprecio o seu carinho em minha mão. –Você é a capitão de polícia mais nova da história da polícia de Chicago, você tem vários prêmios pelas suas operações de sucesso total, Cheryl você é incrível e uma fonte de inspiração para muitas garotinhas aqui da cidade.

–Mas do que adianta ser uma super capitão de polícia se eu só tenho isso. - Ela tenta me contradizer mas eu a impeço. –Claro que é, por conta dessa droga de profissão eu não tenho uma boa relação com a minha família, meus dois únicos amigos me odeiam no momento porque eu estou sempre priorizando minha carreira, eu não consigo ter um relacionamento amoroso porque eu sempre tenho medo de estar pondo a vida da pessoa em risco, caramba tudo o que eu tenho na minha vida é o fracassos e mais fracassos.

—Cheryl, não é exatamente assim. A sua carreira é tão importante quanto qualquer outra coisa na sua vida, e talvez, se priorizar sua carreira afaste as pessoas da sua vida, é porque eles não são pessoas certas para estarem ao seu lado, entende? - Balanço minha cabeça indicando que não. —Eu penso que se as pessoas não conseguem entender a importância que sua carreira tem na sua vida, é porque talvez elas não te mereçam. - Ela segura meu rosto. —Cheryl, ser capitão da polícia faz parte de quem você é, e é óbvio que você já sabia que iria ter que abrir mãos de algumas coisas, agora se as outras pessoas não entendem isso, é porque elas não merecem estar ao seu lado.

Não digo nada, apenas fico em silêncio deixando minha mente trabalhar e tentar se organizar, talvez a Minerva esteja certa, mas pelo menos em relação aos meus amigos eu tenho certeza que a culpada da nossa desavença foi toda minha.
Desde que Toni chegou as coisas pioraram de forma avassaladora e eu já não tenho mais controle da minha vida.

Decido entrar logo de uma vez já que ficar aqui me condenando não vai ajudar em nada. Dou bom dia para todos e sigo para a minha sala, como esperado não acho nem Kevin e nem Evelyn em suas respectivas mesas, entro na minha sala e ligo meu notebook, mas percebo que ele está com a bateria fraca e eu não trouxe o carregador, minha cabeça ultimamente tem estado péssima.
Lembro de ter deixado um carregador no meu armário do vestiário da delegacia e então resolvo buscar, assim que chego vestiário eu escuto risadas, adentro o local e os risos se transformam em sorrisos forçados.

Um amor sem lei- Choni Onde histórias criam vida. Descubra agora