Capítulo Dez - Surto e descobertas

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Cheryl POV

Saio do presídio e vou para o meu carro, ainda sentindo a presença do seu corpo junto ao meu, sentindo o sabor dos seus lábios nos meus, seu gosto na minha boca, suas mãos passeando pelas minhas curvas, seus dedos dentro de mim...

PUTA MERDA, O QUE EU FIZ?!

Em hipótese alguma eu poderia ter feito o que eu fiz, ter transando com uma detenta? Qual é o próximo passo, Marjorie? Usar maconha e assaltar junto da gangue dela? Fala sério sua estúpida. Como eu quero pular de um prédio, droga!

Pego o meu celular dentro da minha bolsa dentro do carro e mando mensagem para Kevin e Evelyn, tenho que desabafar isso com alguém enquanto eu encho a cara de qualquer bebida alcoólica, sei que esse tipo de coisa não se conta para ninguém mas se eu continuar com tudo aquilo que aconteceu vagando pela minha mente e não dividir com ninguém eu juro que eu tenho um treco.

Depois de mandar a mensagem eu saio com o carro e paro em um mercado, compro vários potes de sorvete, chocolates e cachaça, muitas cachaça, cachaça o suficiente para abastecer três carros, e só não compro água sanitária para beber junto porque o carrinho já estava cheio. Pago e dirijo para minha casa ansiosa para tomar um banho e tirar qualquer resquício dela de mim.

Assim que eu estaciono na garagem eu pego as sacolas e vou para o elevador, chego no meu apartamento e largo tudo na cozinha e corro para o banheiro, ligo o chuveiro e nem tiro a roupa, entro de uma vez e deixo a água levar para o ralo as digitais dela da minha pele, uma pena a água não conseguir entrar no meu cérebro e tirar as lembranças horríveis, porém nem tanto, da tarde de hoje.

Depois de quase trinta minutos embaixo de água com as roupas ainda, retiro elas e jogo pra fora do box, esfrego o meu corpo quase arrancando a pele junto. Por que fui tão fraca assim? Céus, como eu sou uma imunda, quase uma prostituta barata, uma cadela no cio.
Choro no banho e me permito gritar, que se foda todos os meus vizinhos, a minha carreira está acabada mesmo. Tudo o que me resta é voltar para a casa dos meus pais, assumir o lugar do meu pai na empresa dele, me casar com a bosta do meu primo e ser a cópia barata da minha mãe.
VOCÊ ACABOU COM TUDO, CHERYL MARJORIE BLOSSOM.
Grito enquanto desfiros tapas pelo meu peito e rosto, como eu fui tão burra ao ponto de transar com uma presidiária.

Vejo que minha pele está enrrugando e então desligo o chuveiro, acho que fiquei por quase duas horas aqui nesse chuveiro esperando a água me levar de vez.

Vou para o quarto me trocar mas a vontade de chorar invade novamente o meu peito e então eu prefiro correr para a cozinhar a abrir logo uma garrafa de vinho tinto barato, aquele que te deixa bêbada com apenas duas taças, volto para o quarto com a garrafa embaixo do braço e pego minhas roupas no banheiro, acendo a lareira na sala e jogo minha blusa vendo ela queimar em poucos segundos.

–Chegamos. - Ouço a voz do Kevin. –E trouxemos gin. - Escuto seus passos até a cozinha e vejo de relance ele mexer nas sacolas que eu trouxe. –Mas pelo visto nem precisava, você vai dar alguma festa? Por não é possível que tenha comprado esse tanto de bebida só para nós três.

–Cherry, você está bem? Tá aí parada na frente da lareira e nem falou conosco ainda. - Evelyn me abraça por trás e eu nem me mexo. –Ai meu Deus! Kevin Keller corre aqui, mas vem preparado porque isso vai matar você.

–Por que caralho essa lareira tá ligada? Nem tá tão fri... - Ele para do meu lado. –Minha santa Ally Brooke. - Olho para ele e jogo as minhas peças de roupas íntimas na lareira, terminando assim de queimar as roupas que eu usei hoje. –Você acabou de queimar uma lingerie da Savage X Fenty? - Ele se ajoelha do meu lado enquanto eu dou mais um gole no meu vinho. –Me diz que você está drogadaça de heroína e aí eu não dou um tapa bem no meio da sua cara. - Finalmente encaro seus olhos.

Um amor sem lei- Choni Onde histórias criam vida. Descubra agora