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VICTOR AUGUSTO
point of view

━━━━ Eu sei do que falo, Vito. ━━━━ Bárbara suspira, enquanto penteava os cabelos da filha. ━━━━ Minha mãe não quer me ver, meu pai muito menos. Eu não preciso deles.

━━━━ A última vez que falou com eles foi há mais de um ano, Bárbara. ━━━━ Retruco. ━━━━ Você não sabe. Eu consegui o endereço deles, e a gente pode ir agora. Eu vou com você!

Ela terminou a última trancinha no cabelo de Ayla, suspira mais uma vez e aperta as mãos nos olhos, acho que estava tentando não chorar.

Eu, mais do que ninguém, sabia o quão importante é ter família por perto, e talvez fosse disso que Bárbara precisasse. Eu conversei com a minha mãe por bastante tempo, ela também acha que é a melhor opção.

━━━━ Não vamos levar a Ayla. ━━━━ Murmura. ━━━━ Por favor.

Eu não queria que ela sentisse como se eu desse as regras. Nem que ela se sentisse na obrigação de fazer o que eu digo por estar aqui. Então, por mais que eu quisesse que ela levasse Ayla, eu não queria insistir em nada.

Digo que a esperaría lá em baixo, enquanto ela se trocava eu estava discutindo com a minha mãe.

━━━━ Ela está tão receosa. ━━━━ Bufo, bagunçado os cabelos. ━━━━ Eu não queria que ela se sentisse assim.

━━━━ É normal ━━━━ A mais velha tenta, guardando os últimos pratos. ━━━━ Ela foi expulsa de casa com poucas semanas de gravidez, é quase um trauma. Mas eu acho que eles estão dispostos a ouvi-la.

Minha mãe conversou com a mãe de Bárbara pelo telefone mais cedo, eu não sei como ela conseguiu o número, mas ela foi grossa com a mulher.

Bárbara deixa Ayla com Gilson antes de se juntar a nós na cozinha. Minha mãe ia com a gente, só por segurança.

O caminho foi tranquilo, mesmo com a mais nova enrolando os dedos na manga do casaco que vestia impacientemente. Eu só queria saber o que se passa na cabeça dela.

━━━━ Tudo bem, ok? ━━━━ Puxo sua mão para mim, deixando um beijo ali. ━━━━ Vai dar tudo certo, relaxa.

O carro foi destravado e eu abri a porta, esperando Bárbara sair para fechá-la.

A casa era grande e de cores claras. As portas e o pequeno jardim frontal já tinham a decoração de Natal e as cercas pareciam ter sido colocadas recentemente.

Minha mãe é a primeira a atravessar a grama sintética e deixar três batidas na madeira branca. Abraço a menor pelos ombros e a guio até a varanda, onde a porta não demora muito pra ser aberta.

O velho de pele clara e cabeça branca analisa bem cada um de nós, mas se mostra um tanto surpreso quando encara Bárbara.

Ela apenas passa o braço pelas minhas costas, agarrando o tecido da camisa que eu vestia.

━━━━ Olá, senhor Passos. ━━━━ Minha mãe se mostra bem humorada. ━━━━ Eu sou Angélica Camilo, e esse é o meu filho Victor. Essa aqui é a Bárbara ━━━━ Ela puxa a garota de mim, usando toda a ironia que tinha. ━━━━ Caso te falhe a memória, sua filha.

━━━━ É, eu sei bem disso. ━━━━ Ele trava o maxilar, dando espaço para entrarmos ━━━━ Maria, ela chegou.

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