Orgulho e Preconceito

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No dia seguinte, Nathalie acordou com o celular tocando. Olhou para o visor: "Garoto idiota". Ela revirou os olhos.

– Alô?

– Te acordei?

– O que você acha? – disse, meio sonolenta.

Ele riu.

– Desculpe.

Nathalie bocejou.

– Por que me ligou tão cedo?

– Ah, era só que... Eu queria saber se você pode ensaiar a peça hoje a tarde.

– Foi só para isso?

– Hum. Sim.

– Tudo bem, eu vou. Tchau.

E desligou o celular. Apenas trinta segundos depois, Nathalie percebeu o que fizera. Tinha concordado em ir ensaiar com Daniel sozinha. So-zi-nha. Depois do que aconteceu na noite anterior, ela não queria ficar sozinha com ele de jeito nenhum. Ele poderia querer beijá-la de novo. E ela tinha medo de deixar. Ou melhor, de querer também. Estava tudo uma bagunça na sua mente. Não sabia mais o que sentia por Daniel. Não queria aceitar que estivesse apaixonada por ele.

– Não, não estou! – disse em voz alta – Estou proibida de me apaixonar por pessoas estúpidas como ele. Preciso pensar numa alternativa. Rápido.

***

Às duas da tarde, Nathalie bateu na porta de Daniel. Já tinha traçado o plano perfeito. Só esperava que tudo desse certo.

Daniel mesmo foi atender a porta.

– Olá, Nathalie! Entre.

Ela sorriu nervosamente e obedeceu.

– Onde vamos ensaiar?

– Lá em cima. Vamos?

Nesse momento, alguém bateu na porta. Daniel foi atender. Nathalie agradeceu mentalmente. Seu plano começava a funcionar.

– Boa tarde, Daniel.

– Olá, Daniel.

Daniel não podia acreditar nas duas figuras que apareceram na sua frente. Ele olhou para Lilly, depois para Philip e por último para Nathalie, que agora estava ao seu lado, um pouco confuso. Antes que pudesse perguntar o que eles estavam fazendo ali, Nathalie se adiantou.

– Eu os convidei. Eu pensei que seria melhor ensaiar com eles, já que eles são os personagens principais também.

Daniel olhou-a incrédulo. Ela sorriu.

– Claro. – disse, seco – Entrem, por favor.

Ambos obedeceram e logo os quatro estavam no terraço ensaiando para a peça. No início até que funcionou bem, mas passados uns trinta minutos, a coisa começou a dar errado.

– Não, não, Daniel. Você tem que falar com mais suavidade – disse Philip.

– Você não tem que me dizer o que fazer, Philip. Se preocupe com o seu personagem.

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