Nathalie fez de tudo para evitar Daniel no dia seguinte. Saiu de casa trinta minutos mais cedo. Não foi para o colégio andando, como fazia todos os dias. Preferiu pegar o ônibus. Ao chegar encontrou o prédio praticamente vazio. Ótimo, enquanto menos gente melhor. Guardou suas coisas no armário e subiu para a sala de aula. Quando os alunos começaram a chegar Nathalie não desviou o olhar da porta. Quando viu Daniel chegando, fingiu que estava muito concentrada no livro que estava lendo, quando, na verdade, acompanhava cada movimento dele com a visão periférica. Ela não sabia exatamente o porquê de o estar evitando, mas sentia que era melhor assim.
No fim, todo o seu esforço foi destruído na hora do intervalo. Nathalie procurou o lugar mais escondido possível e longe da vista das pessoas. Mas não foi o suficiente para se esconder dele. Quando ela pensou que estava segura, Daniel chegou silenciosamente pela sua retaguarda.
– Nathalie! – disse ele com um tom de voz um pouco alto.
Ela pulou com o susto. Virou-se imediatamente.
– Te assustei?
– Não, imagina! – disse ela com a mão sobre o peito esquerdo.
– Desculpe. – ele sorriu – Eu só queria dizer "oi", já que nós não nos falamos hoje. O que é bem estranho, contando que somos vizinhos. Eu nem a vi saindo de casa essa manhã.
– Foi apenas uma coincidência. E eu precisei sair mais cedo.
– Ah! – disse ele sorrindo – Espero que tenha sido mesmo. Caso contrário eu poderia pensar que você está me evitando.
– Evitando? – ela cruzou os braços – E por que eu faria isso?
– Não sei – disse pensativo – Talvez pelo que aconteceu ontem.
Nathalie olhou bem para ele. Daniel tinha um sorriso brincalhão nos lábios.
– Não, não. Você está muito enganado. Não estou evitando ninguém.
– Se é o que você diz...
Nathalie começou a ficar inquieta. Aquela situação estava começando a ficar muito esquisita. Ela não conseguia mais conversar com Daniel "naturalmente". Na noite anterior ela decidiu observar seu comportamento e dar uma chance para ele mostrar que mudou. Mas na prática era diferente. Estava sendo muito estranho para ela essa mudança repentina. Estava tão acostumada a brigar com ele que esqueceu como não fazê-lo.
—Bom, eu preciso ir, até mais! — disse, saindo de perto de Daniel.
– Vocês conversaram ontem?– perguntou Nicolle, quando Nathalie chegou perto dela.
– Sim. Ele me pediu desculpas.
– Sério? Que ótimo! E o que você disse?
– Que precisava de um tempo. Não consigo assim de uma hora para outra. — respondeu Nathalie. — Além do mais decidir observá-lo por um tempo.
— Bom, já é um ótimo começo. — concordou Nicolle.
– Com licença. – disse um vozinha rouca por trás de Nathalie.
Ela virou-se e viu uma garota pálida e esguia. Seus longos cabelos pretos desciam até a altura da cintura. Ela sorria timidamente.
– Lilly? – disse Nathalie surpresa. Surpresa porque Lilly Grant era uma garota extremamente tímida. Durante todo o ensino médio, Nathalie só havia trocado três ou quatro palavras com ela.
– Eu preciso falar com você, Nathalie.
– Claro! Sobre o quê?
– É... – ela pigarreou – Você pode me fazer um favor?
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Meu Querido Inimigo
Teen FictionNathalie tinha um carma. E ele se chamava Daniel Parker. Daniel era o conjunto de tudo o que Nathalie não gostava: Arrogante, orgulhoso, presunçoso e desagradável, o que fazia com que eles vivessem em pé de guerra o tempo inteiro. Além disso, eles c...