O sol negro - A lenda.

Sempre Viverá

point of vision Ysis

Antes que Celina possa responder, o padre a interrompe.

-Confessem seu pecado. E eu terei misericórdia.

As pessoas gritavam "CONFESSEM"

Eu olho para Celina. Com convicção do que faria.

-Eu confesso..

Falo ainda olhando para ela. Pensando o quão linda ela é ainda que machucada. Ela me olha assustada.

-Eu confesso!

Falo mais alto e então Celina nega..

-Eu confesso ter feito bruxaria e amaldiçoado a vila.

As pessoas gritavam para que eu fosse enforcada. Celina gritava junto para que eu calasse a boca.

Eu olho para Celina com olhar sereno.

-Eu te amo Celina. Confesso ter cometido pecado de perversão. Me deitei com uma mulher!

Era certeza. Condenei-me a morte.

O padre ao ver o que fiz estava borbulhando de ódio. Ele achava que eu não confessaria. Que Celina confessaria e morreria no meu lugar.

Um dos homens então tira Celina do meu lado, mesmo que ela não queira. Ela sai se esperninando.

-Eu te amo, Sol.

A vejo chorar enquanto grita para que não me enforquem, mas ela já estava longe para tentar fazer algo.

O padre joga a corda por cima do tronco que segura as folhas da árvore lá em cima, e coloca o nó no meu pescoço.

-Maldito seja satã.

Ele grita para o povo.

-Maldita seja você filha de Marco. Eu torço para que tenha cometido bruxaria.

Eu não respondo, apenas continuo invicta do que iria fazer.

Olho para Celina uma última vez, que se mantia esperninando como tentativa de escapar e me impedir. Mas já estava decidido.

Quando ela me olha eu então sorrio, com o olhar de apaixonada que eu tinha por ela.

E então a corda é puxada.

Havia amanhecido. Apenas estava eu e Celina no lugar. Celina chorava no chão enquanto eu..

O pacto foi rompido. O padre morreu logo pela manhã. Celina menteve-se viva. Eu cumpri o que tinha que cumprir.

-Você.. prometeu...

Celina fala enquanto chora e soluça.

-Prometeu.. que seria sem dor...

O sol queimava minhas costas, bem mais que a corda em meu pescoço. Se amar significa morrer. Então eu amei.