point of vision Ysis
Margarida realmente foi pega. Como? Como puderam?
Nos aproximamos da árvore, a pobre mulher enforcada acusada de bruxaria e traição da vila. Acusada como todas as outras. Morta. Como todas as outras.
Celina ajoelhasse no chão aos prantos, não aguentou ver Margarida. Fechou os olhos enquanto chorava, segurou forte a terra arrancando as gramas. Senti a dor de Celina. Chorei junto com ela.
Com esforço, conseguimos tirar Margarida da árvore. Delicadamente a deitamos no chão.
-Como... Como ousaram..
Celina pragueija enquanto segura o rosto de Margarida.
-Eles vão pagar! Vão pagar por cada menina. Cada mulher.
Sinto o ódio me corroer as veias.
Quando conseguimos nos recompor, tiramos Margarida daquela vila e a enterramos perto do riacho. Fizemos uma decoração com as pedras. Pegamos flores e nos despedimos.
Celina vai a frente, se ajoelha perto do túmulo.
-Você foi minha segunda mãe Marga. A segunda mulher que me ensinou tudo que sei. A segunda mulher que vejo morta e tenho a honra de me despedir.
Celina chora novamente.
-Me proteja mãe, me proteja Marga, me proteja antepassadas que me guiam. Sempre viverão. Honrarei tuas mortes.
Celina engole o choro e recua. Eu vou para a mesma posição que ela estava.
-Marga, não tenho como começar sem te agradecer. Me deste tudo, me ensinasse as mais belas histórias e formas de vida. Me salvastes.
Sinto as lágrimas escorrerem no rosto.
-Me proteja Marga, me proteja antepassadas que me guiam. Vingarei a morte de cada uma de vocês. Eles irão pagar caro por cada uma. Pois nunca morreram, sempre viverão.
Me despeço de Margarida e então eu e Celina saímos do riacho. Voltamos para a toca que passamos a noite e pensamos em algo.
Celina estava atordoarda, não conseguia pensar.
-O que está sentindo?
Pergunto para Celina enquanto a abraço.
-Dor. Revolta.
-Também sinto o mesmo..
Celina me olha.
-Tu sentes vingança. Vi como falou para Margarida.
Solto o abraço e então passo as mãos sob os cabelos de Celina.
-Gaya amaldiçoou os homens, amaldiçoou a filha e o companheiro. Veja onde estamos agora.
-O que quer dizer?
-Meus pais amaldiçoavam a igreja com palavras. Odiavam os católicos e demonstravam isso, e veja onde estão agora.
Celina me olha atentamente.
-A dor, vem pra ensinar. Não é a cura, nem a solução. Posso amaldiçoar a própria vila inteira, sempre haverá alguma consequência do meu ódio. Da minha dor.
-O que é a cura?
Celina continua me olhando atentamente, eu me inclino para perto.
-Descobrirei. E vai mudar tudo.
-E se não conseguir?
-Então morrerei tentando.
Celina me abraça forte, sinto suas lágrimas escorrerem em meu ombro.
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O sol negro - A lenda.
Fiksi SejarahO Sol queimava minhas costas, bem mais que a corda em meu pescoço. Se o amor mata, o que seria a vida sem amor? Eles fingem amor, quem ama de verdade nunca mais ver o Sol.