Lucky Clover

Beco Diagonal

Boa leitura a todxs 💚

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- Por que estamos em frente a esse bar velho? - percebi que minha pergunta soou como ofensa, pois, meu pai automaticamente levou as mãos ao coração fingindo um desmaio enquanto mamãe tentava socorrer com um riso no rosto

- Lily querida, não ensinamos nada a eles!

- É horrível! - Daisy foi a primeira a fazer meu pai cair no chão

- Esse bar se chama caldeirão furado, é igual ao centro comercial buxo de Los Angeles. Mas diferente de lá, aqui não usamos uma chave de portal e sim os fundos do bar para fazer compras - senti o beijo da minha mãe no topo da minha cabeça quando seguimos para dentro do bar.

Era um lugar interessante se você era um bruxo e precisava de um esconderijo sem chamar a atenção dos não majs. Tudo era muito estranho e velho, o chão tinha camadas de sujeira tão profundas que senti meu tênis ser grudado nela várias vezes.

Havia bancos de madeira em todo lugar, mas nenhuma mesa. Um homem velho se aproximou dos meus pais assim que o viram me fazendo ficar sentado com Daisy ao meu lado tagarelando como queria ir para a grifinória e como ela morreria se fosse para a sonserina.

Diferente de mim, ela sempre sonhou em ir para Hogwarts, papai sempre despertou esse desejo nela com suas histórias sobre seus anos no castelo. Era uma história mais maluca que a outra e em todas, Severo estava envolvido. Percebi quando minha indicou com a cabeça o fundo do bar para nós dois, suspirei aliviado, pois o cheiro de álcool ali dentro era realmente muito forte.

- Essa é a entrada, Harry - meu pai piscou para a parede de tijolos que começou a se mover rapidamente abrindo passagem para uma imensa rua com lojas e artigos bruxos.

Era realmente uma rua bastante movimentada e bonita, as pessoas faziam filas em algumas calçadas.

- Ali é o gringotes, pai? - minha irmã perguntou empolgada levando as mãos a boca e minha mãe assentiu a fazendo soltar gritos de euforia - é ali que está toda nossa fortuna!

- Daisy! - mamãe a repreendeu, mas todos nós estávamos rindo

- Somos ricos, isso não é mentira! - papai soltou uma piscadela me fazendo rir.

Era engraçado, pois, a semelhança física de Daisy lembrava minha mãe, mas sua personalidade era a cópia perfeita do meu pai, não tinha como negar que fossem pai e filha, até no drama.

Caminhamos por algumas lojas para comprar os materiais e mais uma vez desejei enxergar as cores, tenho certeza que aquele lugar deveria ser magnífico pela sua explosão de cores.

Daisy comprou outro uniforme e dessa vez insistiu que desejava as cores da grifinória em todos, mesmo mamãe não gostando nada da ideia. Sorri ao ver o orgulho do meu pai enquanto a observava, ela tinha muito mais dele do que eu mesmo que, no fundo, possuia o jeito da mamãe.

- Livros, varinha, uniforme, roupas, caldeirão, ingredientes, bicho de estimação e vassoura - minha mãe releu a lista diversas vezes enquanto estávamos sentados na calçada de uma loja, meu pai assentiu cansado, estávamos ali a horas - É, acho que já podemos ir - sorriu agora dobrando a lista e guardando na bolsa.

- Obrigada Merlin, nunca implorei tanto por isso! - ri quando meu pai se ajoelhou no chão olhando para o céu com as mãos erguidas.

- Para com isso! - mamãe sorriu novamente ainda tentando retirar das mãos de Daisy um brinquedo onde a cabeça de um leão engolia uma cobra e depois arrotava pedaços dela - você não pode levar isso para Hogwarts, querida. Incentiva a briga entre as casas e não é certo - observei a conversa atento, ainda achando o brinquedo interessante.

- Que besteira mamãe, ninguém precisa de um brinquedo para saber que a grifinória é melhor que a sonserina - vi quando meu pai e ela piscaram ao mesmo tempo, me fazendo rir da conexão que tinham

Mesmo contrariada com o brinquedo, mamãe não conseguiu retirar aquilo de Daisy. Seguimos pelo mesmo caminho até parar em frente ao portal que levava ao bar, me fazendo mais uma vez ficar surpreso pela quantidade de bruxos que tinha ali.

Aquele lugar deveria ser mesmo famoso ali em Londres!

- Vamos visitar a tia Petúnia hoje, mamãe?

Tentei mudar o assunto quando ouvi a pergunta de Daisy, mas ela parecia disposta a continuar naquilo.

- Sua tia está muito doente, docinho - papai respondeu antes do olhar triste da minha mãe denunciar alguma coisa, aquilo realmente havia partido meu coração, pois eu sabia como minha tia nos odiava

- Quem sabe outro dia? - disse me aproximando dela que não parecia satisfeita com a resposta.

- Por que ela sempre está doente? Parece uma velha! - não consegui segurar o riso afinal tia Petúnia era bem mais velha do que aparentava ser.

- Alguém ainda vai cortar sua língua, menina! - mamãe apertou as bochechas dela com força, não existia bronca ali, ela também achava Daisy um tanto engraçada e espontânea - Vamos?

Meus pais voltaram a se despedir de alguns bruxos no local e principalmente de Tom, o dono do bar. Tínhamos um carro trouxa quando não queríamos chamar a atenção e foi exatamente assim que viemos até aqui hoje, embora desconfiasse que papai tivesse alterado a velocidade do carro com magia. Olhar todas aquelas sacolas no banco me fazia sentir enjoo. No dia seguinte já estaria no expresso Hogwarts. No dia seguinte minha vida seria totalmente outra.