003. JJ Maybank

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Eu estou acordada desde as 4h da manhã, sem conseguir dormir depois do segundo pesadelo da noite. Agora são 6:30, e já estou na mesa de café, aguardando meu pai fritar dois ovos enquanto mexo no meu celular. Quando checo minhas notificações, vejo o que Sarah queria com a foto. Sorrio com a imagem.

Mostro a foto para o meu pai

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Mostro a foto para o meu pai.

— Lindas! Fico feliz por ter encontrado a Sarah. Ela é uma boa menina.

— Também fico. Foi bem do nada.

— Lembro de...

Meu pai começou a falar, mas o chiado de algo fritando chamou minha atenção. Ou foi isso, ou o grito de dor do meu pai. Ele havia segurado a panela por baixo. A panela que acabara de sair do fogo. Em instantes, ela estava no chão e ele gemendo de dor. Meu primeiro instinto é correr para a pia e puxar a mão dele para debaixo d'água, ajustando a temperatura para fria.

— Deixa a mão aí embaixo! Eu vou ligar pro Ward. — eu exclamo, apressada, e subo as escadas para vestir uma roupa na velocidade da luz.

Visto o vestido preto com estampa florida de manga-longa que já estava na cama, puxo o zíper e calço meu tênis branco. Disco o número de Sarah, que me atende depois do segundo toque.

Minha respiração está acelerada. Por ter subido as escadas tão rápido, provavelmente. Eu espero.

Oi, Kie! — a voz da minha amiga responde.

— Sarah! Está em casa?

Entrando no carro agora, por que?

— Seu pai está aí?

Sim. Kiara, o que foi? — sua voz sai mais urgente.

— Meu pai se queimou na panela quente. Preciso que ele venha até aqui.

Caralho. Espera.

Sarah coloca o celular no mudo por cerca de três longos minutos. Meu pai ainda geme. Queimaduras para mim são relativamente normais. Já me queimei em águas vivas diversas vezes, e sempre aliviava quando colocava o local em água gelada.

A voz de Sarah surge novamente.

Ele está indo. — ela diz. Sinto meu corpo relaxar.

— Obrigada, mesmo. — respondo.

Não se preocupe. Vou levar Wheezie na escola também, quer carona? — Sarah pergunta.

— Claro.

Ok. Em cinco minutos.

E desligo o celular. Desço até a cozinha, onde meu pai ainda estava com a mão embaixo da torneira.

— Aliviou mais?

Ele me dá uma careta.

— As vezes acho que sim, outras vezes acho que não.

JJ e Kiara - Onde o Amor ComeçaOnde histórias criam vida. Descubra agora