Mentira Que Virou Paixão - Nova Versão!

Cᴀᴘɪᴛᴏʟᴏ Tʀᴇɴᴛᴀ

Peru, Lima - Monumental U

23 de Novembro de 2019 - 17h00

Point of view Julia

Há três dias atrás a festa começou cedo no Rio de Janeiro. Os torcedores começaram a se aglomerar na porta do Ninho a partir das 9h, horário da última atividade do Flamengo no Brasil antes do embarque. De acordo com a Polícia Militar, cerca de dez mil pessoas estavam reunidas no momento da saída do ônibus rumo ao Galeão.

O trajeto até o aeroporto foi tomado por camisas rubro-negras. Por volta das 14h15, o ônibus chegou ao terminal de cargas do Galeão para o embarque e encontrou uma concentração enorme de torcedores, que se espremeram entre as grades, no principal momento de tumulto, com direito a gás de pimenta por parte dos policiais.

O jogadores conseguiram ficar mais fascinados ainda e ao mesmo tempo se sentiram mais obrigados ainda a trazer o título pra casa.

Rodrigo era talvez o cara mais ansioso dentre todos os outros, afinal quanto mais se aproxima o dia da final se aproxima também a hora de fazer o pedido mais importante de sua vida. Tudo já estava esquematizado e ele não consegue desgrudar do anel escolhido na joalheria do meu avô.

O dia da grande final da Libertadores, o confronte entre River Plate (o atual campeão) e Flamengo (que chega a uma final novamente após mais de trinta anos). Nós, as famílias dos jogadores, chegamos aqui ontem e totalmente ligado no 220 volts. As crianças não param e ninguém conseguiu dormir direito por conta da ansiedade.

Antes de entrar no estádio rezei e pedi que fosse feito o melhor para todos, aproveitei também para desejar que tudo saísse conforme o combinado em relação ao pedido que será feito por Rodrigo e para que independente do que aconteça eles saíssem daqui mais fortes.

Renato, Matheus e papai também vieram e eu confesso que fiquei ainda mais nervosa em vê-los nervosos. Parece que cada minuto durava uma eternidade e o jogo não começava nunca.

Jorge Jesus escalou o time sem mistérios, confirmando com antecedência a escalação. Com força total disponível, o nosso mister repetiu a mesma equipe que goleou o Grêmio no jogo de volta da semifinal.

Após o pontapé inicial até as crianças se mostraram mais concentradas no jogo, a partida começou com superioridade do Flamengo, mas os meninos estavam bastante nervosos.

E aos quatorze minutos o River contou com o desentendimento de Arão e Gerson, e livre de marcação na marca do pênalti, Borré mandou a bola para o fundo do gol.

A nação não parou de cantar nenhum segundo e os meninos voltaram superchateados para o vestiário.

— Tem muito jogo pela frente ainda. — Renato garante.

— Nada é impossível. — Concordo com o meu irmão.

As crianças se animaram e junto da torcida não pararam de cantar nenhum segundo, me apaguei ao meu terço e também não parei de cantar. Parece que a cada minuto que passava a gente cantava cada vez mais alto e eles captavam a energia lá no campo.

Até que em um lance o BH lançou para o Giorgian na área num lindo passe infiltrado. O meu uruguaio tocou na segunda trave para Gabriel, que sozinho, escorou para o fundo das redes. Estava tudo igual em Lima!

Ah como a gente gritou e pulou, mas nem deu tempo de comemorar porque logo o nosso artilheiro entrou numa disputa com o Pinola, ganhou do zagueiro e fuzilou as redes novamente.