Começos. Agora sim termina. Esqueço os ritmos, as rimas, porque, numa só sílaba, se vai todo o compasso.
Escassos. Teus risos só no espelho. Reajo. Mas é o teu vermelho aquilo que incendeio na mera indagação.
"As pessoas são como são".
De são não teve nada. Nem razão, nem corpo, nem estrada que explicasse a escrava que me tornei do seu prazer.
Deixa ser... Mas sendo, fui deixada. Florescer. Tuas flores, minha enxada a arar canteiros para depois ficar de canto.
Espanto. Seus olhos como rios. Estanco. Minha pele em arrepio de memórias desse frio agora tão primaveril.
Já se viu... Mas sigo acreditando. Conseguiu, com um chorinho malandro, fazer escândalo daquele amor de um decibel.
Doce mel? Eu não escuto direito. Pus ao léu a sensatez, os defeitos, águas passadas que me serviam de manto. Rasguei escadas para abrandar o teu pranto, pois eu te amo tanto, tanto, que nem sei mais as palavras que pensei, as desculpas que usei, insanidades que gritei só por um último refrão.
Tudo em vão.
Tu, um vão.
"Todas sempre, sempre vão".Chora agora que não há mais coro. Coro, embora essa vermelhidão me arda o couro pelo orgulho seco que amaciei à mão.
"As pessoas são como são".
Dia a dia.
Mês após mês.O sol que nasce e se desvela ainda beija a tua tez. Sua realeza tão singela, como na primeira vez, parece poente, apesar do queixo em pé. Sua certeza, tão megera como na última vez, parece contente de dançar na minha fé.
Canto o passado, para entoar conforme a música. Conto descasos, embora fosse a tua musa, porque a inspiração é muda depois que morre no papel. Já foi céu, já fez estrelas. Já foi fel a derradeira lembrança de tudo que poderia ter sido. Abrigo, contigo. Amigo? Perdido! Pedidos ao vento que nunca sopra para trás.
Tanto faz? Tanto fez!
Nosso cais se desfez. O velho barco sumindo, à deriva, em mar aberto. Aquele abraço tão lindo, pois se entregar era o certo, se debatendo na incerteza que viraria ribanceira.
Corredeira. Sequer te alcanço com a vista. Correnteza. Se faz maré, tente, insista. Pois o universo dá pista a quem mantém o olhar atento.
Tempo. Sinto escorrer em dunas pelos seus medos sempre secos. Quando derrama, espuma, para confundir e pôr no beco aqueles ecos roucos que denunciam o seu vazio.
Fugidio, porque ficar é risco. Sei que crio, pros teus sinais mais mistos, sentidos ocultos do que jamais diz ter sentido. E eu fico, embora tenha ido. Eu volto, e já está decidido que o que poderia ter sido ainda há de ser, se eu não lutar sozinha.
Dá pra crer no que a mente cria?!
Dá pra ver que agora a culpa é minha.
Mente sinais daquilo que não tinha para enxergar incêndio no que era geladura. Você mandou os sinais! Mas nunca, nunca perdura... Você mandou os finais... Fora da área de cobertura. Haverá luz nessa "low cura"?
Tela escura.
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Cubo Mágico
Random"Às vezes me encaro como um cubo mágico; composição de pequenas peças avulsas que, juntas, fazem algum sentido. Só nos resta saber se você é aquele que vai organizar o meu caos particular." (Caos Particular - Autoral) Cubo Mágico é uma coletânea de...