Fogueira sem Brasa

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2 — Fogueira sem brasa

James POV

Eu me sentia agitado ao colocar a pizza congelada no forno, com os olhos fugindo para o cercadinho onde Harry estava.

Ele havia começado a engatinhar recentemente e se tornou muito frequente eu perder o bebê dentro da casa.

Às vezes ele se enfiava em lugares impossíveis, e era muito bom que nosso gato me ajudasse a encontrar ele. Talvez sentisse meu desespero ao perceber do nada que não tinha nada no meu colo e eu estava procurando.

O gato estava ali, parado fiel ao lado do cercado, encarando o menino travesso jogando seus blocos de montar para cima, tentando acertar a TV, onde um desenho infantil era transmitido.

Havíamos adotado o animal pouco depois do Harry nascer, porque eu cresci com um gato em casa e o adorava, e Lily concordou que ter bichinhos era algo que fazia bem para crianças.

A questão é que sempre discordávamos sobre o nome dele. Eu queria algo divertido, ela queria algo fofo.

E não importava o quanto eu implorasse, ela não aprovava a ideia de termos um Darth Vader em casa, na mesma intensidade que eu não concordava com Frajola.

Ainda estávamos tentando pensar em um bom nome, cogitando a ideia de deixar Harry crescer e escolher ele mesmo.

Então chamávamos o gato de 'Gato do Harry', e mesmo que meses houvessem se passado, eu não havia conseguido escolher um nome.

Voltei depressa para a sala, vendo ele me olhar e bater palmas. Havia aprendido aquilo recentemente, e eu vi seu sorrisinho me fazer sentir uma onda de afeição, com aqueles dentinhos visíveis.

— Vem — Falei rindo ao esticar os braços e pegar ele.

Haviam se passado quase seis meses desde Lily, e as coisas ainda pareciam muito estranhas.

Eu e Harry nos entendíamos bem. Eu estava aprendendo como conseguir cuidar do meu menininho e não haviam mais episódios de gritos e escândalos por parte dele, que aos poucos pareceu se acostumar com a ausência de Lily.

E de qualquer forma, eu estava tendo alguma ajuda.

Bem, estava tendo MUITA ajuda.

Os nossos vizinhos pareceram chegar exatamente quando eu precisava, e isso me fazia pensar neles como meus salvadores.

Remus era alguém muito tranquilo e calmo. Ele sempre me socorria quando eu ficava perdido, quando tinha dúvidas ou me sentia desanimado.

Também era oficialmente o pediatra de Harry. Antes dele aparecer, eu nem fazia ideia de que bebês iam com frequência em médicos.

Certo dia ele me perguntou quem era responsável por Harry, e foi quando eu descobri que deveria existir um, o que me fez rir ao entender que ele ficava tocando nesse assunto porque queria ser o médico do meu bebê.

Os dois se mudaram por causa de uma oferta de emprego em um hospital muito bom, e Remus era um grande profissional. Havia uma lista de espera gigantesca para crianças serem atendidas por ele. Tinha várias capacitações e já havia escrito três livros.

Eu havia comprado, mas ainda não havia tido coragem de ler ou se quer tirar do plástico, mas descobri que ele era muito conhecido na área e tinha teses e teorias sobre desenvolvimento infantil.

Ele estava sempre bem vestido. Roupas sociais, de uma pessoa séria e culta. Remus era dessa maneira, mas sua expressão neutra se desfazia em duas ocasiões.

Quando estava perto de uma criança, e quando olhava para Sirius.

Já Sirius, era totalmente diferente dele.

Three And A Half ManOnde histórias criam vida. Descubra agora