Sou eu, assim sem você

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Boa leitura!

6— Sou eu, assim sem você

James POV

Era algo muito normal chegar em casa e encontrar os vizinhos ali dentro.

Bem, eu me divertia pensando nele como vizinhos, mas estes eram meus melhores amigos, Sirius e Remus Black-Lupin.

E únicos, como Harry sempre fazia questão de me lembrar.

Também eram padrinhos do meu garotinho, então era comum estarem dentro de casa, na medida em que faziam anos que não existia um limite ao certo para delimitar onde começava a casa deles e terminava a minha.

Era uma coisa só por extensão.

Havíamos até arrancado a cerca que dividia as duas propriedades, porque tínhamos preguiça de dar a volta para ir um até a casa do outro, então uma pequena obra foi feita para derrubar metade de um muro e arrancar a cerca, deixando as duas casas compartilhando um quintal e jardim, e onde costumava ficar a divisão, construímos um castelo de madeira para Harry brincar.

Entrei dentro da casa, vendo a comum cena de Sirius jogado no sofá da sala comendo alguma besteira, enquanto Remus estava sentado na mesa mexendo com papéis, e ambos ergueram os olhos para mim.

— Onde está Harry? — Perguntaram ao mesmo tempo, e eu arregalei os olhos, porque jurava que era dia deles buscarem o menino na escola, que a essa hora já devia ter fechado.

— O QUE?! — Gritei, sentindo meu coração se acelerar, batendo as mãos nos bolsos para pegar as chaves e voltar para o carro em desespero.

Minha criança deveria estar em alguma delegacia passando frio e fome, e...

— Se você tivesse mais amigos, papai, não iria cair nessa toda vez — A voz baixinha soou, e eu me virei a tempo de vê-lo descer as escadas, com cabelos bagunçados e molhados, provavelmente recém saído do banho, e eu suspirei.

— Idiotas — Resmunguei para os dois, que riram juntos.

— Tem pizza no forno — Sirius avisou, e eu assenti, me arrastando até a cozinha.

— Foi tudo tranquilo hoje?

— Sim — Os três responderam juntos.

— Harry você já jantou, filho?

— Sim, papai — Disse sorrindo, todo confortável em seu pijama do homem aranha, e vê-lo tão adorável sempre me fazia querer agarrar ele, abraçar e nunca mais soltar.

Mas da última vez que cedi a esse impulso, ele revirou os olhos de um jeito tão debochado que eu quis lhe colocar de castigo, então estava tentando evitar ser um pai babão demais.

Para meu total azar, minha criança era uma pequena cobra, que tinha sempre comentários sarcásticos na ponta da língua, e um jeitinho abusado.

— E fez a tarefa?

— Não — Respondeu ao desmanchar o sorriso, e eu ergui os olhos para ele, vendo-o suspirar ao ir até a mochila jogada no sofá, arrastando-a pra a mesa, se ajeitando ali.

Ele mesmo se organizou, separando o lápis para a tarefa, e o livro de lições, ainda com aquela expressão contrariada.

Ele sempre parecia torcer que eu esquecesse de perguntar da tarefa, e eu tinha essa certeza porque com a idade dele, era exatamente igual.

— Precisa de ajuda, campeão?

— Sim — Concordou, sorrindo para mim, e se virou para o sofá — Padrinho Moony, me ajuda na lição?

Three And A Half ManOnde histórias criam vida. Descubra agora