Depois de todos os acontecimentos do verão, Outer Banks já não era mais a mesma para os Pogues, que tentavam lidar com a dor da perda de seus amigos.
No entanto, após uma revelação importante, eles percebem que aquela caça ao tesouro do verão era a...
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❝ Eis uma curiosidade. Tá pronto? Aí vai, todo mundo que você conhece vai morrer um dia. E, com todo mundo, eu quero dizer todo mundo mesmo. Sua mãe, seu irmão, sua irmã, seu pai, seus amigos e os seus inimigos. Todo mundo. ❞
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Uma vez Sophia leu em algum livro sobre como certos acontecimentos são tão marcantes em nossas vidas que tem o poder de dividi-la entre antes e depois. Ela nunca havia entendido o impacto daquela frase até aquele momento, quando podia ver claramente sua vida dividida entre antes e depois do verão.
Outer Banks já não era a mesma para ela. O paraíso na terra se tornou um lugar onde ela não queria estar. Não sem John B e Sarah. Não quando todos só sabiam julgar seu primo como o principal culpado pela morte da Peterkin enquanto Rafe e Ward Cameron andavam livres por aí como se fossem as grandes vítimas, como se não sentissem nenhuma culpa por terem tirado mais de uma vida - como se não se importassem de brincarem de deuses.
Sophia contornou com a ponta dos dedos as letras entalhadas no tronco do enorme carvalho. John B Routledge. O esboço de um sorriso fraco nasceu em seus lábios ao apoiar a palma aberta de sua mão na madeira ao lado da sigla P4L - Pogues for Life - gravada abaixo do nome do garoto.
Desde a noite da tempestade - a noite que seus amigos sumiram no mar - Sophia sentia que uma parte de seu coração havia sido arrancada para fora de seu peito deixando apenas um burraco no lugar, mesmo assim uma vozinha distante dentro de si dizia para não perder a esperança porque John B e Sarah ainda estavam vivos. E talvez ela finalmente começasse a entender o que seu primo falava sobre negação: é altamente subestimável e só é negação se você estiver errado - quase podia ouvir a voz dele falando.
No entanto, essa vaga esperança - a qual ela se agarrava firmemente - não diminuía um décimo da dor que insistia em andar de mãos dadas com ela nos últimos dias. Aliás, a dor tinha resolvido se tornar amiga de todos os quatro Pogues, que tentava lidar com a própria tristeza à sua maneira e ainda serem o ombro amigo um para o outro.
O que fazia Sophia se sentir um pouco mal de não ter aparecido no pequeno funeral simbólico que JJ, Kiara e Pope fizeram para John B, enterrando uma caixa com coisas do amigo sob o carvalho. Porém a Howard sabia que desmoronaria em lágrimas - como acontecia quase todas as noites - se fosse e não queria os amigos a vendo chorar.
— Sinto saudades de vocês — murmurou, sentindo lágrimas se acumularem na sua linha d'água. Ela olhou para cima respirando fundo ao encarar o céu azul acima das folhas verdes de árvores que balançavam suaves com uma leve brisa.
A garota afastou sua mão da árvore, seguindo para o lado de dentro do Castelo. O lugar estava limpo e silencioso, o que seria algo anormal de acontecer a apenas alguns atrás. Aquele continuava sendo o lugar preferido de Sophia para se refugiar do resto do mundo, talvez ainda mais agora quando podia sentir a presença de seus dois amigos gravada em cada lembrança que tinha naquela casa.