🌸 Bom dia meus chocolatinhos. Eu espero que vocês gostem do capítulo de hoje! Podem dar opinião, corrigi erro de português (principalmente porque eu escrevo pelo celular e as vezes ele corrige Maneira para Manjericão) e no final do capítulo vou dar o créditos das imagens 🌸
Como prometido, saímos assim que eu terminei o meu café. Seguimos em silêncio, mas a minha mente estava a mil. Não conseguia entender quais eram as intenções do Kyojuro, na verdade eu suspeitava de algumas, mas parecia uma péssima ideia. Será que ele se sentia culpado? Se ele quisesse reatar o noivado, o que eu deveria fazer? NEGAR! Por que eu ainda estava ponderando sobre isso?
Kyojuro me olhou de lado e sorriu, que vergonha… eu com certeza estava encarando demais.— Como você se sente?
— O que?
Eu fui surpreendida com a pergunta. Devo falar sobre meus sentimentos ou algo assim? Não estou pronta para isso agora.
— Sua saúde, como você se sente? A Shinobu me instruiu a não te deixar fazer muito esforço físico, por isso estou preocupado da caminhada estar te prejudicando.
— Ah! Sim… — Eu respirei fundo — Eu estou bem, não se preocupe. A Akemi está empenhada em um tratamento de recuperação, talvez demore um pouco, mas logo eu poderei até sair no sol sem problemas.
— Fico feliz em ouvir isso. Sua irmãzinha é muito talentosa!
— Sim… Sempre foi a melhor entre nós.
Enquanto eu falava sobre isso, me lembrei de alguns momentos da vida da Ayumi antes de eu tomar o corpo dela. A frustração de não corresponder às expectativas, o sentimento de não ser boa o suficiente em nada. Queriam que ela fosse uma sacerdotisa mas ela amava a luta corporal e tinha verdadeiro fascínio pela força bruta absoluta. E ela era boa nisso, eu sinto isso, ela até sonhava em se tornar um Hashira. Alguém que construiu seu próprio estilo de luta fundindo duas técnicas quase opostas, não poderia ser menos do que excepcional. Queria que ela tivesse conseguido alcançar seu sonho.
— Ayumi-san, se você se sentir cansada é só me avisar que eu te carrego nas costas — Rengoku soltou aleatoriamente.
— I-isso é muito inadequado… — Que vergonha! Eu jamais aceitaria algo assim!
— Inadequado é você continuar sofrendo, mesmo comigo podendo te ajudar— Ele sorriu para mim. E que sorriso...
Algumas horas depois e muitos quilômetros percorridos me fizeram mudar de ideia e lá estava eu nas costas do Hashira das Chamas.
— Está confortável aí em cima, Ayumi-san?
— Eu estou um pouco constrangida, mas está bem confortável sim — Respondi baixinho.
— Essa mocinha está bem? Vocês precisam de ajuda? — Um casal de velhinhos passou por nós pelo caminho.
— Ela está sim! — Rengoku respondeu prontamente — Só não quero que ela se canse muito.
— Que adorável! Você um rapaz tão bonzinho! — A senhora comentou — Não perca esse homem, não se acha garotos tão gentis assim!
Se tivesse um buraco ali naquele momento, eu me enfiaria dentro e só sairia de lá na próxima reencarnação.
— Me deixa descer — Eu sussurei assim que os dois velhinhos se afastaram.
— Está desconfortável?
— Não, eu só estou me sentindo melhor…
Ele acenou positivamente com a cabeça e me pôs novamente no chão. Não demorou muito para que chegássemos na cidade que o corvo havia nos informado. Pessoas estavam desaparecendo todas as noites, alguns caçadores haviam sido enviados antes de nós e acabaram por voltar de mãos vazias. Nenhum demônio havia sido encontrado, mas os desaparecimentos não cessaram. Por esse motivo, um Hashira foi chamado e por isso eu fui chamada pelo Rengoku. Não me sentir tão inútil diminuiu a pressão daquela missão.
— Vamos nos separar — Eu sugeri — Precisamos colher informações com os moradores.
Ele acenou positivamente.
— Vamos nos encontrar na frente daquela hospedaria ao entardecer, se eu não chegar entre e me espere — Ele me deu uma bolsinha com dinheiro — Fique com isso para alguma necessidade.
Ele foi embora sem dizer mais nada. O jeito que ele cuidava de mim, me deixava com o coração quentinho. Eu me desvenciliei daqueles pensamentos, e segui para a minha investigação. A religião era forte então eu conseguia confiança apenas pelas minhas roupas de sacerdotisa. Ouvi algumas histórias sobre os desaparecidos e o perfil era bem diverso, mulheres, homens, adultos, crianças, idosos… não tinha nem um padrão que pudesse me ajudar.
Enquanto eu estava estudando sobre os rituais da minha família, aprendi a fazer um selo vigilante que detectava a presença de demônios. Eu saí espalhando por alguns pontos estratégicos da cidade enquanto ouvia as versões dos moradores. Depois de um tempo eu acabei me sentando em um restaurante para recuperar as minhas energias. A comida cheirava bem e o Rengoku deixou uma boa quantidade de dinheiro para mim.
— Porque não?
Eu comi e me certifiquei de comprar algumas coisinhas para ele também. Ele ama comida, com certeza ficaria feliz. De repente eu me vi novamente tentando agradar aquele cara. Não era como se ele não merecesse, na verdade ele era tão gentil que por mim, ele poderia ficar feliz o tempo todo. Por mim ele poderia ficar vivo.
— SACERDOTISA! Salve meu filho!— Um homem se jogou diante de mim enquanto puxava o meu kimono.
— Afaste-se dela, seu louco! — Um dos clientes puxou severamente aquele senhor pelo braço e o arremessou para fora do estabelecimento.
— Por favor não o machuque! — Eu intercedi para que as agressões não continuassem.
— Por favor… — Ele se rastejava no chão — Por favor…
— O filho dele desapareceu faz mais de uma semana e ele não para de incomodar os moradores.
— Está tudo bem, senhor. — Eu me virei para o homem que agrediu o senhor desesperado — Eu me viro a partir daqui.
— Por favoor… Ele levou… Levou meu menino.
— Me conte tudo o que você sabe e eu vou tentar te ajudar…
O senhor era um comerciante, o filho dele desapareceu em uma exposição de arte no centro da cidade. O que fazia algumas coisas começarem a fazer sentido. Embora a idade e o sexo dos desaparecidos fossem diferentes todos eles tinham uma coisa em comum: a arte. Eu poderia estar delirando, mas minha vasta bagagem de animes me fez pensar em diversas motivações fúteis para a escolha de vítimas. Algum demônio artista que tinha um gosto refinado para devorar apenas pessoas de uma determinada profissão? Eu não tinha certeza, mas precisava investigar a fundo.
— Eu não tenho como te pagar… — O homem sussurrou — Eu gastei todo o meu dinheiro para tentar encontrar o meu filho… eu não tenho dinheiro nem para comer…
— Então tome um pouco de comida — Eu dei a ele algumas das coisas que havia comprado para o Kyojuro — Não se preocupe com pagamento, eu trabalho para que o mundo seja um lugar melhor para os outros.
E eu também estava sendo paga pela milícia de matadores demônios.
Já estava anoitecendo quando eu voltei para a hospedaria e o Kyojuro me esperava na porta como combinado.
Ele sorriu para mim e entramos no local.
— Você já comeu?
Ele acenou negativamente com a cabeça
— Você ficou com todo o dinheiro Ayumi-san.
— E se você tivesse ficado com fome? — Eu devolvi a bolsinha de dinheiro.
— Eu sou bem resistente! — Ele tinha uma expressão confiante — E você está doente, poderia querer parar em algum lugar para ficar e…
— Come! — Eu entreguei um pacotinho com algumas guloseimas que haviam sobrado do restaurante.
Ele abriu um sorriso ainda mais largo ao receber o presente.
— Fico feliz que tenha pensado em mim!
“Infelizmente eu penso em você o tempo todo…” Eu queria dizer, mas me contive em falar sobre a missão.
— Você encontrou alguma pista?
— Não, as pessoas falam dos desaparecimentos mas nada se conecta… não senti a presença de nenhum demônio, nenhum rastro, nada — Ele estava sério.
— Então preciso ressaltar que foi uma ótima ideia me trazer para essa missão! — Eu me gabei.
Contei sobre o homem que eu encontrei no restaurante e as possíveis ligações entre os desaparecidos.
— Então deveríamos investigar esse tal evento de arte! — Ele sugeriu.
— Foi a primeira coisa que eu pensei, mas se pararmos para analisar os relatórios dos caçadores que estiveram aqui antes de nós, todos falam que durante o período de investigação nenhuma pessoa desapareceu — Eu explicava meu ponto — Eu não sei quão forte é esse demônio, mas ele com certeza é extremamente cauteloso. Ele apaga bem os rastros e não faz nada suspeito quando há caçadores por perto.
Rengoku ficou pensativo por um tempo.
— E o que sugere?
— Bom… Acho que devemos ficar na cidade uns dias, mas sem chamar muita atenção. Eu soube pela dona da hospedaria que depois de amanhã vai acontecer uma exposição de esculturas, algo me diz que se ficarmos bem quietinhos esse demônio sai da toca! — Contei o meu plano.
— Certo!
— E mais uma coisa… Você precisa trocar de roupas. Esse uniforme de caçador te entrega há quilômetros de distância.
Kyoujuro deu uma boa olhada para si mesmo e em seguida me encarou com confusão.
— Mas não precisa ficar preocupado, amanhã eu providencio alguma coisa menos chamativa para você! — Eu sorri para ele — Vou dormir um pouco cedo porque o dia foi bem desgastante.
— Ayumi-san! Obrigada pela ajuda! — Ele acenou.
— Não me agradeça, me pague! — Eu fui para o meu quarto.
Eu trouxe alguns dos meus livros e estudei por um bom período da noite, eu queria ficar mais forte. Queria ter o poder de mudar as coisas.🌸Primeira imagem está com os créditos nela a segunda eu não achei e vou só deixar o link do Pinterest (https://pin.it/6Nvc223)🌸
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Coração em Chamas
FanficUma otaku morre em um acidente depois de assistir a morte do seu personagem favorito, no entanto quando ela acorda está dentro daquela história. Ciente de que está em um mundo cheio de perigos, ela tenta levar uma vida tranquila, mas seu temperament...