Capítulo 4: Pistas

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Foi como se até mesmo nossas respirações fossem reprimidas. Pelo tempo que olhei ao longo do corredor até a parede na extremidade, senti que o espaço estivesse encurtando e se aproximando cada vez mais de mim. Uma sensação esquisita passou pelo meu corpo, imediatamente percebi que meus movimentos estavam sendo impedidos. Era como se o meu peso houvesse sido duplicado e a gravidade mais e mais agisse sobre mim.

O som aumentara pela aproximação do seu precursor. Não estava pesando possibilidade de ter que fugir, pois não era a aproximação de um animal. Não era o som de patas no corredor.

Paige apareceu no extremo do corredor e deu um sobressalto quando nos viu. Seus olhos estavam saltados e respirava com dificuldade em decorrência da maneira que tinha vindo até nós. Ela pareceu relaxar, porém não totalmente, aparentemente apenas o suficiente por ter encontrado mais alguém.

- Encontrei uma coisa. – Disse com a voz falha. – É melhor vocês me acompanharem. – Ela deu meia volta, mas parou para acrescentar rapidamente. – Outra coisa, eu não ando mais sozinha aqui...

Tivemos que passar por incontáveis corredores que estavam em um estado mais caótico que o outro. As paredes estavam manchadas e muitos armários abertos com seu conteúdo pelo chão, este, não muito diferente dos outros pelo prédio. Os pisos encontravam-se amontoados de folhagem seca e cobertos de pó. Também podia-se ouvir um som de "crash" quando pisava em pedaços de vidro que outrora estiveram fazendo parte do conjunto de lâmpadas do perímetro.

- Por que não nos diz logo o que quer nos mostrar. – Leon a propôs com a impaciência que já lhe era inerente.

- Ah, desculpa... Fiquei um pouco chocada quando vi. – Seu rosto assumira uma expressão de vigilância e assombro. – Esse andar é basicamente de salas de aula e encontrei alguns armários com equipamentos de limpeza. Enfim, fui procurar pelos cabos para gente poder utilizar, mas daí notei uma coisa esquisita na base deles...

Leon arqueou uma sobrancelha interessado e esperando que ela terminasse de contar o que vira. Os passos dela diminuíram o ritmo, acabei considerando que se devia a aproximação do local que ela queria nos mostrar. Me peguei um pouco apreensivo. Notara que entre todos nós, Paige parecia ser a mais assustada com o instituto, contudo, não duvidava nem por um segundo do que queria nos mostrar.

- Os panos estavam com uma coloração vermelha, e acreditem em mim quando digo que não era a cor natural deles. – Senti o pânico na voz dela.

- Não precisa ser exatamente isso que você tá pensando... – Ethan iniciou.

Olhei em direção a William e ele fez o mesmo. Nós havíamos presenciado algumas coisas no andar anterior em que estávamos que meio que se alinhava ao que Paige dizia, enquanto Ethan tentava encontrar uma explicação mais racional para a mancha de sangue que ela havia encontrado. Pensava em dizer algo sobre o que vi, porém Paige tinha outras coisas a dizer que possivelmente confirmariam sua percepção dos fatos.

- Encontrei as manchas vermelhas em algumas salas de aula. Pingos no chão e marcas nas paredes... – Disse.

Viramos um corredor e ela parou. Com o dedo em riste apontava em frente.

- Lá no final... Você vai ver a mancha com o formato da palma de uma mão. – Ela ficara trêmula. – A mancha se estende e some, como se a pessoa tivesse sido puxada e tentasse segurar em alguma coisa. – Olhamos na direção que ela apontara, mas ninguém fez menção de querer verificar.

- Isso é horrível. – William disse. – Também encontramos algumas coisas lá em cima. O que vocês nos disseram complementa muito.

- Acho melhor sairmos daqui. – Falei. – Acho que por hoje é o suficiente. Vamos ver se conseguiram encontrar alguma comida e poderemos conversar sobre o que encontramos hoje.

É ASSIM QUE EU MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora