Presentes

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 Quando presenteamos alguém, ver a felicidade da pessoa é o maior presente de volta que podemos receber.

Denise Campos

Ansiosa me coloquei em frente à prateleira com um singelo sorriso no rosto e pés inquietos. Meus olhos acompanhavam o passo lento de Daddy até mim, eu estava alternando entre olha-lo e admirar as lindas bonecas. E claro, a grande casa para elas.

— Dadá! — Fiz um gesto com a mão para que ele se apressasse. O mesmo atendeu o meu pedido assim que o vê.

Em passos mais rápidos, o vejo já mais próximo. Começo a decidir qual boneca eu achei mais bonita e penso em um jeito de pedi-la. Eu estava envergonhada para isso, eu não sabia se deveria pedir coisas. Ainda mais que o preço estava um pouco... "salgado", como dizem.

— Princesa? O que houve? — Me assusto com a sua voz agora tão próxima me tirando dos meus devaneios.

Claro que ele não me chamou normalmente. A sua boca estava ao pé do meu ouvido, com toda aquela sua rouquidão e seu grave lindos em um sussurro.

— Nada não, Daddy... — Um pequeno bico rosado se forma em meu rosto sem eu perceber.

Ele ri.

— E qual dessas lindas bonecas a minha nenémzinha quer?

— Eu queria aque... Como você sabe Dadá?

Daddy deixou que eu pegasse o que eu quisesse e pagou sem dizer nada. No único momento em que comentou algo foi para dizer o quanto eu ficava linda sorrindo daquela forma. Saímos da loja com duas sacolas e Dadá segurava-as em uma mão e eu segurava na sua outra. Perguntei se íamos voltar ao trabalho ou iriamos para casa, mas, ele permaneceu quieto. Abaixei a cabeça depois de fitar o rosto concentrado dele para frente.

Me incomodava um pouco o seu silêncio e me intrigava também. Um tempo depois olhar para baixo me fez querer pular as linhas do piso, como um desafio pessoal. Assim fiz. Eu percebia um pouco dos olhares das pessoas, embora eu pareça ser apenas uma menina menor tinha algo que fazia elas prestarem atenção em mim. Eu não me incomodei, Daddy muito menos.

— Eu estive pensando... — me fez tropeçar com mais um susto — Você gostaria de um celular, Babe?

Meus olhos brilharam no mesmo momento. Assim que levantei meu rosto, em minha frente estava a loja da Apple. Eu fiquei maravilhada com tantos celulares lindos. Só poderia ser mentira.

— Is-so é sério, Dadá?

—Claro que é.

Daddy entrou na loja ainda segurando minha mão e foi direto conversar com o vendedor. Eu não estava prestando atenção neles e sim ao meu redor. Pude ouvir Iphone 12 no dialogo dos mesmos. Parecia que eu estava sonhando acordada.

Fomos em direção a mesa que estavam os smartphones e Dadá fez um sinal com a cabeça para que eu escolhesse um. Rapidamente me apaixonei pelo roxo.

— Eu já esperava. — Daddy sorriu me vendo apontar para o celular — Campeão, quero um desse roxo de 128gb e um airpods, por favor.

Depois de adquirir o meu novo celular, saímos da loja e eu não poderia estar mais feliz. Eu não sabia se meu Dadá estava querendo comprar meu perdão por arrependimento, mas de qualquer forma, eu não me importava com isso agora.

— Daddy... Umas garotas da minha escola faziam tiktoks, são umas dancinhas legais. Elas nunca deixaram eu participar, você pode gravar comigo agora?

Os seus olhos se arregalaram.

— É claro, Babe... Vou perder minha postura de homem de negócios por você.

Ele esboçou uma risada, eu não entendi isso.

✿✿✿

Chegamos em casa e eu fui direto abrir minhas compras no tapete da sala mesmo. Daddy foi tirando a roupa ficando apenas de cueca.

— É tão bom ficar livre. — Se jogou na poltrona.

Pude ver o seu membro marcar a cueca. Isso fazia eu apertar um pouco as minhas coxas.

Dádá, baby adôio o pesente! Obigado.

As primeiras sacolas que abri foram as dos brinquedos. Eram três barbies com profissões diferentes, uma delas era a sereia que mudava de cor. Ursinhos, que claro, não substituirão Sunshine. Troca de roupa para minhas novas bonecas. Coisas para fazer slime e alguns pop-its.

Eu abri tudo e brinquei um pouco com cada coisa, menos os slimes, eu queria fazer junto com o meu papá. Nessa hora, acho que Daddy já estava no terceiro sono, já que pequenos roncos tomaram conta da sala. Ele estava cansadinho, toitado.

Os pop-its tomaram minha atenção por um longo tempo, era viciante estourar bolinhas. Por mais que seja chatinho volta-las.

Até que finalmente me lembrei do celular. Os brinquedos eram mais atrativos no momento, mas eu estava ansiosa ainda.

Abri a caixinha do mesmo e o peguei. Parecia mais bonito ainda em mãos. Eu liguei e configurei rápidinho, alguns dizem para deixar carregar todo antes, nem me importei.

Pensei no que baixar, pensei em redes sociais, pensei em tudo e acabei não fazendo nada. Foi ai que me dei conta, como eu poderia retribuir os presentes para o Dadá? Deixei o celular no sofá, olhei para ele e fui até sua frente ajoelhada. Minhas mãos se colocaram em suas coxas. Eu pensei se deveria acorda-lo ou não.

Tive uma idéia.

Me levantei, fiquei de costas para ele, abri um pouco as pernas e levantei meu vestido. Inclinei-me para frente para deixar a visão na direção de seus olhos e docemente comecei a chama-lo.

— D-a-d-d-y.

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