BabeLove

Escondido

Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido.

Jean Rostand

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No fundo eu sabia que essa minha decisão poderia ter sérias consequências, mas não me importei.

Quando Vini me notificou que havia chegado, rapidamente me virei para Daddy que agora estava deitado na grama me admirando com um sorriso em meio ao rosto.

— Dadá... — tossi limpando a garganta — Eu meio que preciso ir ao banheiro, tá?

Ele ergueu uma sobrancelha como se soubesse que eu estava mentindo.

— E você não quer que eu a acompanhe? Eu te espero do lado de fora, princesa.

— Ah não, não precisa. Espera eu aqui!

Após receber uma confirmação dele com a cabeça, me levantei ajeitando e limpando minha jardineira das folhagens que havia nela. Também dei uma breve arrumada no cabelo e recoloquei a presilha que era branca como a sandália.

Eu estava um pouco nervosa, ainda não tínhamos feito uma chamada de vídeo ou algo do gênero para confirmar se ele era de fato ele.

O nervosismo também se dava por não saber se Vini iria gostar de mim assim como sou e a cada passo que eu dava até os banheiros do parque eu tinha vontade de desistir e correr para os braços de Daddy. Porém, ali estava eu, chegando no local, tentando encontrá-lo.

Foi quando senti um toque em minha cintura juntamente com um corpo se aproximando do meu por trás.

— Lise? — ele me virou com as mãos ainda em minha cintura — Como eu esperei por esse momento.

Fiquei boquiaberta. Era realmente ele. O sol refletia em seus cachinhos dourados e na sua pele corada como seus lábios. Seus olhos davam um contraste misterioso, quase tão escuros quanto sua blusa preta. Vini era alto e magrinho, mas diferente de Daddy que é mais alto e tinha um porte forte.

— Não vai me responder?

Paralisei por alguns segundos. Era como se eu não soubesse mais reagir. Parte de mim sentia seu toque, outra o analisava e outra sentia a tensão de estarmos tão próximos. Como ele chega assim em alguém que ele nunca viu?

— Vi-vini! Que bom te conhecer.

Sinto ele me puxando e me abraçando por baixo mesmo, me erguendo. Sinto alguns de seus cachos invadirem meu rosto enquanto minha cabeça pousa em seu ombro.

Depois de alguns segundos em seu abraço, ele me recoloca no chão.

— Queria passear com você aqui hoje, te levar para comer algo.

— Já falei que eu estou com meu papai, não vai dar. Inclusive, acho melhor eu voltar...

— E eu vou embora sem um pouquinho de você?

— Foi muito, muito, muito legal te ver hoje. E a gente pode marcar! Poderíamos ir em um parque de diversões e você pode conseguir um ursinho pra mim! — sorri empolgada imaginando.

— Consigo até mil se você quiser. — Ele riu.

Vini é um fofo e foi realmente bom ter o encontrado só que algo em mim sentia um sentimento de culpa, talvez por eu ter mentido para meu Dadá para poder vê-lo ou talvez por saber que se ele estivesse ali não ia gostar nada dessa intimidade e proximidade com outro.

E foi quando eu ia me despedir que sinto sua mão em minha bochecha e seus olhos fixos aos meus. Sua cabeça se aproximava lentamente e instintivamente minhas pálpebras se abaixaram. Nesse momento senti um arrepio e o toque de seus lábios em um demorado selinho.

As coisas tinham ido de 0 a 100 muito rápido. Nossa relação em geral sempre foi assim, intensas e rápidas. "O santo bateu" só que pensei que era na amizade.

Ele levanta a mão livre jogando o cabelo para trás para não me incomodar e depois me puxa para nossos corpos colarem. Nessa hora senti um volume enrijecido que agora eu já sabia o que era.

Algo em minha intimidade reage por ter sentido seu membro duro como se eu estivesse em um momento íntimo com Daddy. Foi melhor eu me conter, embora que secretamente eu desejasse que ele me tocasse ali mesmo.

Os lábios dele começaram a abrir para iniciarmos um beijo de língua, mas me afastei rapidamente ao ouvir de longe a voz de Daddy me procurando.