Curiosidade

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A maior felicidade é a certeza de sermos amados apesar de ser como somos.

Victor H.



Bebê? Você está bem? — Daddy me abraçou e fez carinho em meus cabelos.

Já era o dia seguinte, Dadá me deixou sozinha no quarto no dia anterior, disse que se eu precisasse era só o chamar e que era para eu me acomodar. Provavelmente por causa de uma ligação que recebeu, que segundo ele, eram "negócios do trabalho".

Eu não fiz muitas coisas nesse tempo. Explorei o quarto, o banheiro e closet que até então eu não tinha visto e fiz um pequeno chá das cinco com todas aquelas pelúcias que nomeei uma por uma. Inclusive, não gosto muito do Peter, um coelhinho branco. Ele se negou a tomar o chá e ainda quebrou a xícara!

— Tive um pesadelo muito, muito, feio. — Cocei meus olhinhos e me encolhi nos seus braços.

— Não se preocupe, minha princesa. Eu estou aqui agora e esse sonho muito, muito, feio não vai mais acontecer porque agora vou te proteger. — Seus dedos agora acariciavam minha nuca, o que me fez acalmar.

Não lembro muito bem quando eu dormi, mas minha última lembrança era de ter deitado na cama e ter assistido um desenho que passava na televisão. A TV já estava desligada e eu não estava mais com tanto medo do bicho-papão do pesadelo.

— Vamos de colinho comer alguma coisa? Daddy comprou geleia de morango e vou fazer um nescauzinho para você.

— Tem... Mamadeira? — Falei baixinho me encolhendo mais ainda. Dadá assentiu com a cabeça encostada na minha e deu um beijinho na mesma logo em seguida.

Como dito, ele me pegou no colo de maneira que minhas pernas ficassem em volta de seu tronco e minha cabeça em seu ombro. Logo depois desceu as escadas em direção a cozinha de móveis pretos e cinzas, me colocando em cima da bancada.

Com dedêra e lanchinho prontos, enquanto eu comia, suas mãos deslizavam por minhas coxas.

— Você sabe como fazem os bebês? — Perguntou. Não havia malícia em seu tom de voz, não era como se ele fosse um pervertido. E mesmo se houvesse eu não era muito boa em identificar.

— Hmm... — dei um gole do mamá — Eu tive aulas sobre isso, na escola.

— Entendi. Então você é espertinha já. — Sorriu. Suas mãos que estavam na minha coxa, pararam imóveis em meus joelhos.

Por algum motivo senti necessidade de explicar.

— Sabe aqui? — Coloquei uma mão na minha intimidade — O homem tem que usar a parte dele também. Juntos. Eu não faço ideia como, mas é algo assim.

— Não precisava explicar não, amor. Era apenas curiosidade. — Beijou minha testa e me pegou novamente no colo.

Enquanto tivemos essa conversa e mais algumas antes, eu terminei o meu lanchinho e Daddy queria que eu conhecesse o quarto dele, que era um dos únicos que eu não havia visto ainda.

Eu estava tão feliz em apenas um dia, era como se eu o conhecesse a muito tempo e ele soubesse exatamente como ser bom para mim. Nessa manhã, ele não estava de terno, estava de camisa branca e um short moletom preto. Eu percebia de longe os dois mundos diferentes que éramos. Ele sério e sempre com cores neutras e apagadas. Eu, boba e sempre com cores vibrantes ou claras e coloridas. Porém, ele não se importava de parecer mais extrovertido e carinhoso comigo e isso me fazia sorrir.

— Seja bem-vinda. — Me colocou cuidadosamente no meio da sua cama.

Uauu! — Olhei ao redor.

A cama tinha espaço para umas seis pessoas dormirem brincando. Tudo em preto e branco e tinha até uma lareira. Lindíssimo.

— É meu cantinho. Onde eu finalmente posso ter paz no fim do dia. — Deitou-se ao meu lado soltando um longo suspiro.

— Nem imagino como deve ser difícil, Daddy... — Me aconcheguei no seu peito.

Ele nos cobriu com seu edredom e fechou os olhos.

— É, realmente. Mas que bom que agora tenho uma companhia. — Até parece que um homem desses não tem ninguém — Nós podemos cochilar um pouco, hoje é meu dia de folga e você acordou muito cedo por causa do sonho.

— Daddy, eu não quero mimir de novo. Vai que o monstro volta! — Murmurei.

— Então apenas fique quieta.

O silêncio tomou conta do ambiente, ele não foi grosso, mas mesmo assim fiquei um pouco acuada. É difícil ser uma pessoa sensível, qualquer coisa, mesmo que mínima, nos chateia.

Os meus pensamentos voltaram um pouco na nossa conversa da cozinha, de como fazem os bebês. Embora eu soubesse o básico eu queria saber mais. Pensei em pergunta-lo, mas eu não sabia ainda como fazer isso sem ficar envergonhada depois. E ser sutil, claro.

Na escola, uma vez, tentaram me mostrar um vídeo no celular de como fazem. Mas não quis saber, meus colegas pareciam maldosos. Até o terceiro ano, qualquer coisa que me falavam eu ignorava, principalmente os garotos idiotas.

Pensei e pensei.

Já sei.

— Daddy? Posso ver? — Coloquei a mão em seu membro por cima do short e apertei um pouco.

Dadá acordou assustado.

— Que isso, garota? — Olhou-me de cima a baixo se sentando rapidamente na cama.

— Eu quero ver. Quero ver como fazem os bebês com isso aí!

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