"Meu corpo fica estático, incapaz de exercer qualquer movimento que pudesse afastá-lo. Posso ver um sorriso largo surgir na feição dele, enquanto pressiona o dedo indicador, com sangue ainda fresco, contra os meus lábios simbolizando que não existe...
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As extremidades se esticam com a dor despertando sobre o olho esquerdo, checando a área, sentiu um inchaço decorrente da dificuldade de erguer sua pálpebra, direcionando a atenção para o cômodo escuro. A memória retorna com pontadas na nuca, desesperada levantou dando passos impedidos nas correntes presas aos calcanhares, segurou no metal com a pele nua encostando no chão gélido.
Trilhou os dedos constatando a nudez, demorando para digerir que estava sem roupas, acorrentada, apagada na madrugada e acordando num espaço desconhecido que mal enxergava. Ficou petrificada, esperando algo acontecer entregue no pânico silencioso que agride seu interior a incapacitando de externalizar. Limitada em utilizar parte da visão com seu outro olho aparentando ter levado um soco preciso, atenta sondou espaço, particularidades e estrutura presente procurando compreender onde estava.
Lágrimas. O desespero é dito com lágrimas impedindo-a de se concentrar inteiramente, impulsionando os batimentos cardíacos, apertando o peito julgando que iria infartar diante da escotilha sendo aberta, trazendo luz do exterior com a escada colocada dando sequência na figura descendo. Fechou os olhos com a iluminação acesa, e acabou fechando as pernas junto das mãos na tentativa de cobrir sua nudez.
— Carmen. — Reconheceu a voz gentil de imediato custando encará-lo, esperando ser um delírio atingindo os ouvidos. — Eu já vi tudo, não tem o que esconder. — Comentou casualmente juntamente dos passos, agachando de frente para a jovem quieta.
