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Rafaella
Já estava dirigindo a alguns minutos. Obviamente, andava com muito mais calma do que quando havia saído de meu apartamento em direção ao supermercado. Estávamos quase em minha casa. Bianca tinha o vidro do carro aberto. Seus braços estavam cruzados, apoiados sob a fenda de onde o vidro subia, e sua cabeça apoiada neles, de maneira com que seu rosto recebesse grande parte do vendo que vinha do lado de fora. Seus cabelos balançavam com a brisa.
Então tive uma ideia repentina. Acelerei um pouco o carro e parei bruscamente alguns metros depois, fazendo-a se assustar e sentar corretamente no banco.
- O que você está fazendo?
- Não - disse desligando o motor e tirando o cinto - o que eu vou fazer!
Saí do carro, deixando Bianca nele. Ela me olhava de longe enquanto eu entrava em uma distribuidora de bebidas que havia perto de meu apartamento.
- Rafaella! - um senhor de cabelos grisalhos e um óculos exclamou ao me ver.
- Sr. Carter.
- Em que posso te ajudar?
- Eu preciso repor meu estoque e de um pouco mais do que o habitual... Pode me arrumar duas garrafas da vodka de sempre, daquela última de whisky que comprei aqui e dez engradados daquela coisa maravilhosa ali? - disse apontando para uma garrafa azul, em um engradado com seis que estava logo atrás dele.
- Claro.
- Separe também uma garrafa de refrigerante de laranja e um energético.
O homem apenas ouviu meus pedidos e foi andando, cada vez entrando mais na loja estreita. Minutos depois ele voltou com quatro garrafas nas mãos, acompanhado de um garoto que segurava uma garrafa de refrigerante. Enquanto via ele puxar um caixote fechado para colocar tudo, caminhei de volta ao carro e abri a porta traseira, logo atrás de Bianca. A morena tirou o cinto e se ajoelhou no banco me olhando colocar minha maleta no chão.
- O que veio comprar?
A mulher parecia uma criança dessa forma e com tantas perguntas...
- A graça divina - ela riu da piada - você verá.
Me afastei e deixei que o Sr. Carter colocasse no banco o caixote e abri o porta malas para que seu ajudante trouxesse o resto.
- Coloca na conta? - disse batendo a porta.
- Vou abrir a desse mês.
- Obrigada. - concluí entrando no carro e recolocando o cinto.
- O que é tudo isso?
- Ligue para suas amigas. - voltei a colocar a chave na ignição - Eu disse que você precisava esquecer disso por um tempo. Pois bem, se não consegue naturalmente, então que usemos de subterfúgios para isso.
Dei a ela um leve sorriso de canto e fiz o carro começar a andar.
- Você é louca, Kalimann. - disse voltando a posição que estava antes de nossa parada.
Na verdade eu não era. Já havia sido no passado, mas agora tudo havia mudado. Eu não poderia estar no meu normal. Estávamos no meio da semana e eu simplesmente lotei o carro de alcool... Só Gavassi era capaz de tirar minha sanidade a ponto de eu me permitir fazer algo do tipo, e ela não estava aqui agora. Mesmo se estivesse, eu teria relutado até que ela dissesse algo que finalmente me fizesse ceder.
Dirigi por mais alguns minutos até que chegasse ao prédio. Não o deixei na rua como sempre. Desci até a garagem e estacionei. Retirei todas as bebidas do carro com ajuda de Bianca e as colocamos no elevador. Do subsolo, fomos até o décimo sétimo andar, onde finalmente colocamos todas as bebidas em meu apartamento.
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THE LAW
Fiksi PenggemarBianca Andrade está saindo da faculdade de direito. Uma mulher observadora dos detalhes e forte promessa na advocacia. Ao assistir a um julgamento, recomendado pela universidade, ela acaba conhecendo a renomada advogada Rafaella Kalimann, loira, bon...