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-VIOLET VIENNA-

Payton tinha um sorriso bobo no rosto, o que fez eu me sentir culpada. Afinal, eu não tinha o chamado de amor por puro carinho, mas sim por ciúmes besta.

Ele parou o carro na frente da minha casa, e eu, com medo de ficar sozinha o resto da tarde e me afundar em autopiedade, o chamei para entrar.

Eu já devia saber que ficaríamos no sofá, evitando nos olhar e em silêncio absoluto.

Quando dei o primeiro suspiro entediado, eu ouvi o primeiro trovão. Eu costumava ter medo de raios e trovões quando era pequena, e esse foi um dos poucos medos que eu consegui superar. Um sorriso nasceu automaticamente em meus lábios, e ele percebeu.

─ Não me diga que... ─ não espero ele terminar e tiro os sapatos, correndo para o quintal de trás da minha casa, onde a piscina estava coberta e as espreguiçadeiras guardadas, dando espaço na grama. ─ Você vai pegar um resfriado, Violet! Pelo amor de Deus, sai daí!

─ Para de ser chato, Moormeier. ─ segundos depois, Thunder - que já estava bem mais crescido do que da primeira vez que o vi - passa correndo debaixo das pernas de Payton, vindo até mim e brincando comigo na chuva. ─ Viu só? Até o Thunder é mais legal que você!

Payton tomou como um desafio e correu até mim, como Thunder havia feito, e me abraçou por trás, nos girando na grama.

Pensei que ficaríamos assim por um tempo, apenas girando e brincando na chuva, mas ele diz:

─ Não temos apelidos, Violet. ─ ele começa, sussurrando no pé da minha orelha. ─ E eu lembro claramente de você ter me chamado de amor naquela loja. Por quê?

Eu não tinha como fugir dessa vez.

─ Tá legal, eu chamei. ─ me viro, espalmando as mãos em seu peito. ─ Eu chamei porque... ─ viro o rosto, sentindo o mesmo esquentar pela vergonha.

─ Porque...? ─ ele me incentiva, pegando meu queixo com o polegar e o indicador e o levantando para me encarar.

─ Porque eu queria que aquela mulher parasse de te olhar como se ela fosse um Pitbull e você um pedaço de carne. ─ ele sorri, ainda escutando. ─ Foi por isso.

O rosto dele parecia que, a qualquer momento, poderia rasgar. Ele não desviava os olhos dos meus, e eu sustentei o seu olhar, até ele sussurrar:

─ Você ficou com ciúmes. ─ os pelos do meu corpo se eriçaram, ou pelo menos a maioria deles, quando o hálito quente de Payton bateu no meu pescoço. ─ Você ficou com ciúmes!

─ Eu ouvi da primeira vez, idiota. ─ meu rosto doía da minha longa tentativa de reprimir um sorriso. Eu estava quase conseguindo, mas falhei quando ele, do nada, se ajoelhou na minha frente e levantou a minha camiseta.

─ Você ouviu isso, bebê? Sua mãe ficou com ciúmes de mim! ─ olhei para o céu, sentindo as gotas geladas da chuva. ─ Não é culpa minha se eu nasci gostoso desse jeito. ─ ele ri quando eu o acerto um tapa em sua nuca. ─ Se você for um meninão, eu vou te ensinar a conquistar a mulher da sua vida, só não pode namorar a mãe dela igual eu fiz, pode dar merda no final. ─ mordi a boca.

Ele acabou de falar, indiretamente, que eu sou a mulher da vida dele, ou eu interpretei errado?

─ E se você for menina... ─ ele me olha de relance, aumentando o sorriso - se é que isso é possível. ─ Se você for menina, é só fazer a cara que a sua mãe fez pra mim e você conquista quem você quiser.

✓┊𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗 ↯ Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora