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-PAYTON MOORMEIER-

Pulei da cama assim que o meu celular despertou. Tomei um banho frio, coloquei a primeira roupa que vi pela frente e logo eu já estava dentro do carro, dirigindo em direção ao aeroporto.

Usei a quase uma hora de silêncio para pensar, pensar e pensar. As coisas entre eu e Violet estavam melhores, aparentemente. Não tivemos mais nenhuma briga, mas eu ainda podia sentir o clima chato às vezes.

E, se não tivemos mais nenhuma briga, quer dizer que não tocamos no assunto nós, e creio que, por ela, não faríamos isso tão cedo.

Faith já estava a par de toda a situação. Minha cabeça ainda dói dos gritos que ela deu depois que eu contei que minha não-namorada estava grávida e que descobriríamos o sexo do bebê no sábado, amanhã. Minha irmã pegou o primeiro vôo de Nova Iorque até aqui e chegou ontem um pouquinho depois do almoço.

─ Não ganho nem um abraço? ─ eu estava tão imerso em meus pensamentos que sequer percebi minha mãe se aproximar do carro, agora parada ao lado da minha porta.

Quando foi que eu cheguei aqui?

Saí do carro e a abracei; não fazia tanto tempo desde que havíamos nos visto, mas qualquer tempo é tempo demais longe dela.

─ Faith já está na minha casa. Acho que eu tenho que passar no otorrino, ainda tô sentindo meus tímpanos doendo desde que ela gritou para os quatro cantos o quanto eu sou um irmão ingrato. ─ faço uma careta enquanto dona Joanne encontra o lugar ao meu lado, rindo.

─ Pelo menos eu acertei na educação de uma. ─ ela retruca e eu a olho, indignado. ─ O quê?

─ Achei que eu fosse o seu favorito! ─ exclamo, como uma criança mimada.

─ Uma coisa não tem nada a ver com a outra, Payton. ─ ela retruca, abaixando o espelho e passando um tipo de hidratadante labial.

Conversamos sobre coisas banais o resto do caminho, e só paramos quando o portão eletrônico da garagem se fechou atrás do carro.

─ Mãe! ─ Faith gritou, pegando minha mãe em um abraço assim que a mesma desceu do carro.

Elas também não se viam há algum tempo, visto que Faith mora em NY desde o início do ano.

─ Vamos! Não podemos perder tempo, tenho um almoço para fazer e uma nora para conhecer! ─ dona Joanne bateu as mãos duas vezes e correu para o interior da casa, que estava vazia a pedido meu.

─ Nem pensar, dona Joanne! ─ grunhi, indo atrás dela. ─ Eu já deixei as duas à par de toda a situação...

─ De que você é um idiota sem senso? Sim, deixou mesmo. ─ minha irmã me interrompe.

─ Como eu ia dizendo, as duas sabem que o único vínculo entre eu e Violet é o bebê, e nada além disso! ─ repeti aquelas palavras pela décima vez. ─ Então, nada de "norinha" ou "cunhadinha". Estamos entendidos?

─ Completamente, capitão. ─ minha mãe retruca.

O sarcasmo e a ironia é de família, como podemos ver.

Minha mãe começou a preparar o almoço as dez e meia e, curiosamente, o que ela fazia era nada mais, nada menos que Paella. O prato que Violet fez para mim quando fui na casa dela pela primeira vez, como o namorado de Vanessa.

✓┊𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗 ↯ Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora