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-PAYTON MOORMEIER-

Eu sou um fodido.

Estou tendo que lidar com isso há duas semanas, mais do que tudo. Era o maior tempo longe dela desde que eu soube que vou ser pai, e, honestamente, é uma merda.

Eu não sabia o quanto precisava dela até estar sem ela. Foi assim quando eu viajei para Carolina do Norte, mas era uma situação completamente diferente, ela não me odiava daquela vez.

Jackson mal olhava na minha cara e sequer falava comigo - e quando falava, era sempre um xingamento mais longo que o anterior. Meus outros amigos souberam do que tinha acontecido, e a maioria ficou bolado comigo, mas não durou muito até as coisas voltarem ao normal.

Provavelmente, a proximidade entre Jackson e ela fazia ele me odiar cada dia mais, talvez por saber exatamente como ela se sentiu, e sente, a respeito do que eu fiz.

Se fôssemos pessoas normais, eu teria todo o direito do mundo de dizer que ela é a culpada e que eu não fiz nada de errado. Mas não somos, e eu fodi tudo.

Não era a primeira vez, e nem será a última, que ela, praticamente, jogou na minha cara que tudo o que tivemos e o que possivelmente teremos é um erro. Tenho certeza de que ela se sentiu ainda pior do que eu quando ouviu, quando falou aquelas palavras.

Não era uma desculpa, é óbvio que não, mas eu estava bêbado e chapado. Haviam duas versões de mim naquele momento: o Payton da Violet, e o Payton do mundo. Quando eu passei por aquela porta, o Payton da Violet sumiu.

Eu percebi a burrada que tinha feito quando, no instante em que aquela garota italiana sentou no meu colo, eu vi os olhos dela se encherem de lágrimas. Tudo isso antes de eu ser incumbido a agir feito um babaca por eu mesmo. Quando eu abri os olhos, ela não estava mais lá.

A italiana, Valentina, teve a coragem de dizer, bem no meu ouvido, que entendeu o porquê da prima dela ter gostado de mim. Eu me arrependi no mesmo momento.

O pior de tudo é que eu sabia que Violet não seria cruel ao me privar de acompanhar a gravidez, mas que não seria mais a mesma coisa, definitivamente não.

─ Acorda pra cuspir, Moormeier. Ninguém aqui tá sustentando vagabundo não. ─ reviro os olhos quando escuto a voz de Hartman.

Ele sempre teve o dom de acordar as pessoas com palavras lindas como aquelas.

Eu estava pensando em uma desculpa para aparecer na cada de Violet desde o dia do ocorrido, mas nada me vinha na mente. Nada.

Presentes só demonstraria o quão idiota eu sou, e se eu aparecesse lá de cara lavada ela bateria a porta sem pensar duas vezes.

─ Você tem cinco minutos pra se trocar, ou vai ficar aqui sozinho. ─ novamente, ouço a voz de Dylan. Eu não sabia para onde eles iriam, mas não queria mais me remoer de culpa dentro do quarto.

Então eu iria me remoer de culpa seja lá onde eles estiverem indo.

Vesti uma calça preta e uma camisa branca, calcei o tênis e borrifei o perfume.

Abri a porta do quarto e desci os poucos degraus até a sala de estar. Meus amigos estavam espalhados pelos sofás, todos arrumados. Eu sentia o cheiro de, pelo menos, cinco perfumes diferentes.

✓┊𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗 ↯ Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora