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-VIOLET VIENNA-

Parecia uma eternidade desde que eu senti a maciez dos lábios dele pela última vez, e talvez realmente tenha sido.

Os trinta segundos em que ficamos conectados pareceram passar ainda mais rápido do que foram, mas a selvageria que tomou conta do rosto de Payton me assegurou de que eu tinha começado algo que precisávamos a muito, muito tempo.

Naqueles trinta segundos, eu me senti completa.

Payton encostou a porta atrás dele e me colocou entre o próprio corpo e a parede de azulejo branco, respirando tão irregularmente quanto eu.

As mãos dele pararam nas laterais do meu rosto e seus olhos caíram sobre os meus, pedindo uma confirmação silenciosa. Quando o beijei de novo, ele a teve.

Chiei quando encostei as costas praticamente nuas na parede gelada, mas não reclamei ou fiz menção em sair dali. Não quando o corpo grande e quente de Payton bloqueava o caminho. Eu não queria que ele entendesse aquilo como uma reconsideração do que estava, finalmente, prestes a acontecer.

Uma das mãos dele, que antes segurava meu rosto como se eu tivesse qualquer chance de escapar, desce lentamente até a curva do meu pescoço, onde ele rodeia os dedos e faz um carinho leve com o polegar - mais um de seus gestos territoriais que eu gosto, mesmo que negue até a morte.

A outra mão escorrega pelo meu corpo inteiro, dando uma atenção maior aos meus seios sensíveis e, agora, latejantes pela antecipação de seus toques.

E, embora Payton mantivesse uma mão em meu pescoço, a outra explorando cada centímetro de carne exposta e o corpo bloqueando qualquer saída visível, nossas bocas faziam um trabalho lento e relaxante. Ele ainda me beijava com toda a calma do mundo quando deixou um tapa estalado e um apertão ardido na carne da minha nádega direita, e eu sorri.

Eu sorri.

Ele estava esperando por aquilo, aparentemente. Porque, depois disso, seus toques ficaram mais precisos, e sua boca mais rápida.

Os dedos dele passaram rapidamente sobre a minha barriga, e então pararam na minha virilha, onde a tortura começou. Payton fingia escorregar os dedos para dentro do tecido branco, mas nunca realmente o fazia.

Ele gostava de me ouvir implorar, e eu não tinha problema nenhum com isso.

─ Pede, Violet. ─ sua voz saiu exageradamente baixa e rouca no meu ouvido, e serviu apenas para levantar cada pelo do meu corpo. ─ Pede, ou eu saio.

Nós dois sabíamos que aquilo era uma mentira, mas não deixava de ser menos divertido. E excitante.

─ Por favor. ─ sussurro em sua orelha.

Apoio a cabeça no ombro dele quando sinto o contraste dos dedos gelados de Payton em contato com a minha área sensível.

A mão dele ainda estava no meu pescoço, me mantendo no lugar, quando ele me invadiu dois dedos de uma só vez. Foi impossível reprimir o som de surpresa, mas ele não se incomodou.

Payton me beijou no instante em que aumentou a velocidade de suas investidas; não sei se para abafar os sons que eu não podia engolir, ou porque precisava disso.

Quando senti os primeiros espasmos, abracei mais forte os braços de Payton e deixei que aqueles quinze segundos de satisfação pura me consumissem. Quando eles acabaram, minhas pernas estavam ligeiramente bambas e minha respiração estava irregular.

─ Seria bom se usássemos uma cama, para variar. ─ murmuro para ele, sentindo o carinho de seu polegar em meu pescoço apenas se intensificar.

─ Bem que eu queria. ─ ele chega mais perto, me fazendo sentir seu hálito quente na minha pele. ─ Mas não quero arriscar que alguém te veja nessa situação. ─ ele estava sorrindo quando se afastou, e eu revirei os olhos. ─ Vamos usar cada canto da minha cama quando voltarmos para casa, Violet.

Exatamente como no dia em que nos conhecemos na casa dos irmãos Gray, depois que Payton me livrou de um babaca no meio do corredor - e segurou meu cabelo enquanto eu vomitava cinco minutos depois -, usamos cada canto disponível do banheiro.

Em cima da pia, sentados no chão, no vaso sanitário, dentro do box, atrás da porta... Todos os lugares possíveis, até que não houvesse mais energia para ficarmos em pé.

Assim como eu me lembrava daquele dia, Payton me ajudou com o vestido - depois de um longo banho para nos livrar daquele suor. Penteou meu cabelo, passou o hidratante no meu corpo e então me levou para a cama.

Ele estava dormindo cinco minutos depois que deitamos. O rosto externando uma calmaria interminável, os ombros relaxados e uma leve abertura entre os lábios.

Era impossível não sorrir.

Payton escolheu esperar por mim, mesmo sem sequer saber se algum dia eu estaria pronta para aceitar tudo o que eu sinto por ele e me livrar das minhas merdas sobre traumas.

Ele me esperaria pelo tempo que fosse necessário, e disse isso para mim.

Mas o que eu estava esperando?

Me lembro de ter chorado por um dia inteiro logo depois que descobri o bebezinho dentro de mim. Eu achava que por ter uma responsabilidade a mais - uma bem grande, por sinal -, todas as outras sairíam do controle, quando, na verdade, apenas se estabilizariam.

Antes, eu tinha uma visão do meu futuro. Eu faria a faculdade, trabalharia no ramo, guardaria dinheiro o suficiente para alugar um apartamento e então começaria a viver a minha vida por conta própria, de vez.

Porque eu não queria ser uma responsabilidade. E ter uma responsabilidade me aterrorizou.

Faculdade não é uma responsabilidade, mas sim uma opção; eu posso escolher se quero ou não estudar por mais quatro anos.

Trabalhar não é uma responsabilidade, mas sim uma atividade essencial na vida de qualquer um, se eu quiser ser independente algum dia. Uma obrigação, quase.

Ter um filho, por outro lado, é uma responsabilidade. Porque, quando Vincent der as caras, daqui três meses, ele vai depender apenas de mim e de Payton para sobreviver. Vai depender da mãe e do pai para comer, tomar banho, ter um teto, uma cama, livros escolares... Até os dezoito anos, Vincent vai precisar de mim e de Payton para quase tudo.

Mas isso não me aterroriza. Não mais.

Assim como pensar sobre meus sentimentos também não me aterroriza mais. Eu amo meu filho, apesar de ter cogitado tirá-lo - e teria, se houvesse tempo. Aprendi a amá-lo com o tempo, aprendi a me enxergar como mãe.

E aprendi a aceitar que, assim como amo o meu bebê, também amo o pai dele.

E nada mais me faria feliz além de criar o nosso filho ao lado dele.

E nada mais me faria feliz além de criar o nosso filho ao lado dele

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xoxo, isa <33

✓┊𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗 ↯ Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora