Capítulo || 38

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Não há sombra de exagero ao dizer que estrelas cadentes caíram sobre o colchão. Não apenas uma, mas duas vezes. Embora sentimentos de ansiedade e adrenalina ainda corressem por minhas veias, não restara energia alguma para ao menos imaginar repetir a dose. Esta seria uma experiência difícil de superar.

- Alexa... - Noah aparece ao pé da cama, usando apenas uma fina toalha branca para se cobrir após seu rápido banho. - Temos um problema.

Ainda estava extasiada, revivendo as recentes memórias, saboreando cada detalhe. Seus braços ágeis ao me puxar para si, cachos castanhos caindo sobre minha testa, até mesmo a cor avermelhada que tomara seus lábios. Jamais seria capaz de esquecer.

Sua voz preocupada me faz levantar, afastando os pensamentos, mas mantendo-os perto o bastante para acessar mais tarde.

- Aconteceu alguma coisa?

- A camisinha entupiu seu banheiro.

- As camisinhas. - corrijo-o com um sorriso irônico, mas assim que percebo a situação, corro até o palco do desastre, sem me importar que sua blusa era o único tecido a me cobrir, chegando à metade de minha coxa.

- Ah, qual é? Quão ruim é isso? Pode dizer que comemos muito, aí nossa combinação no mesmo banheiro foi... UAU! - gesticula, apontando para o desastre a nossa frente.

- Que romântico, você limpou meu bumbum depois? - desconsidero sua ideia, pensando em uma justificativa para os utensílios de látex presos em meu vaso sanitário.

Em meio à confusão, mal noto quando a maçaneta da porta é violentada, lutando para que fosse aberta a todo custo. Noah e eu compartilhamos um olhar, ambos encarando nossas humildes peças de roupa. Noto que o rapaz, aterrorizado, veste desesperadamente a camiseta, e faço o mesmo, colocando a calça e recompondo a aparência.

- Vai você, vai ser menos suspeito! - sussurro audivelmente.

A situação já era suspeita o suficiente, portanto não acreditava na ideia de Noah amenizar o ambiente ao introduzir o ser selvagem que tentava entrar, estava apenas adiando minha responsabilidade de anfitriã. Apesar de não estar exatamente preocupada, já que depois de Lara, eu ainda era a garotinha da casa.

- Ah, não... - tardiamente, percebo que trocamos de camisa, mas não há mais tempo, a porta estava aberta. Maldito dia em que decidi que rosa e verde eram uma boa combinação.

- Bash. - arregalo os olhos, surpresa com a figura familiar à entrada de meu quarto. - Tivemos a convenção dos irmãos intrometidos hoje?

- Alexa... - ele examina o quarto, cerrando os olhos ao analisar minha companhia, prendendo a risada. - Estava animado para ver minha irmãzinha depois de tanto tempo, mas talvez seja melhor esperar.

Apesar do estado em que me encontrava, não meço escrúpulos ao me jogar em seus braços, em um abraço apertado e acolhedor. Desde que o mesmo saiu de Sidney para Los Angeles, o contato era difícil, podia contar nos dedos as vezes em nos falamos após sua saída, meses atrás. Desejava apenas que nosso encontro fosse em um ambiente menos... sórdido.

- Você tá com um cheiro... engraçado. - Bash diz, franzindo o nariz, em uma expressão de riso, mas rapidamente volta a atenção para o garoto de rosto ruborizado próximo a nós, dono da essência masculina com cheiro engraçado impregnado em minha atual camiseta.

Noah, que parece perceber a inadequação de sua vestimenta, corre os olhos pelo quarto até achar seu casaco, embolado em meio às cobertas. Como se já não estivesse óbvio o bastante, ao puxar a peça, desvenda a parte final do quebra cabeças para nosso convidado, fazendo voar minha calcinha, que em conjunto com a blusa, trazia uma trágica explosão de rosa e verde.

- Dá licença, querido, acho que isso é meu - Noah retira a calcinha do chão, e em uma risada sem graça, caminha com ela até meu banheiro.

- Creio que a cena se explica por si só, não é? - sorrio envergonhada.

Sebastian solta uma gargalhada, balançando a cabeça enquanto analisa o quarto mais uma vez, agora com um olhar compreensivo.

- Papai está subindo, acho melhor esconder aquela cueca em cima do computador. - com um olhar crítico, mas ainda assim divertido, completa: - Depois te ajudo com o banheiro, garota insaciável. - ele ri, mirando com os olhos a água de privada que escorria do banheiro, quase trazendo consigo duas pequenas embalagens que teimavam em fazer passagem até o quarto, encobrindo a prova do crime.

- Por favor, não diga mais nenhuma palavra. - posiciono minhas mãos em suas costas, o direcionando até a saída, de forma apressada. - Conversamos mais tarde.

Respiro fundo, trancando a porta mais uma vez e torcendo para que a visita de meu pai e empresário seja apenas um alarme falso, uma dentre tantas tentativas de susto que Bash já me proporcionou.

- Posso sair? - Noah pergunta, escondido entre as frestas da entrada do banheiro, provavelmente envergonhado pela desculpa dada ao meu irmão minutos atrás.

- A próxima é na sua casa, ouviu?

...

curtinho só pra atualizar as aventuras eróticas desastrosas, não sei se todos gostam desse tipo de conteúdo hihi

Austrália ❈ Noah UrreaOnde histórias criam vida. Descubra agora