21. Um mar calmo

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Assistimos apenas dois episódios da série Marianne antes de Millie retirar do episódio com o controle, sussurrando um "chega", ao desenterrar a cabeça do meu peito para apertar os botões tão rápido que imaginei ser medo de outro susto pegá-la desprevenida. Mills jurava que estar enroscada em mim agora era apenas pelo frio de inverno que fazia.

Gargalhei baixinho com humor, cerrando os olhos.

Era incrível termos passado por um dia nada fácil hoje na escola e, ainda assim, Millie conseguir me fazer rir. Às vezes, me pergunto como consegue isso sem nenhum esforço aparente. E acho que só agora havia me dado conta do quanto senti falta dessa sensação de calmaria. Talvez, até mesmo das nossas discussões. Doía demais falar coisas pra ela, que faziam me arrepender amargamente e um vazio me preencher sempre que me dava conta da merda que soltara da vez. Mas ficar sem ela...

Foi algo fodidamente incomparável.

Algumas pessoas descrevem o amor como um sentimento intenso e arrebatador. Como um incêndio. Mas o amor que Millie me transmite é sereno e terno. Como um mar calmo. Esse foi um dos principais motivos pelos quais ela conseguiu minha atenção desde o início; Além de sua vontade em ajudar alguém sem desejar nada em troca, apenas por acreditar ser o "certo"; suas manias estranhas de organização exageradas que a Brown insistia em chamar de "perfeccionismo" enquanto estudávamos; seu apreço em me ajudar, por mais difíceis que eu tenha tornado as coisas. — não tenho vergonha de admitir isso.

Millie me cativou desde o começo.

Por alguma razão, ela me lançou um olhar mortal e empurrou meu ombro de leve com o seu, me trazendo de volta ao mundo real e fazendo perceber que estava lhe encarando por tempo demais. Puta que pariu.

— Não ria de mim, Wolfhard — reclamou, abrindo um sorriso envergonhado mas com bastante humor, ao colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Não ri junto à ela e Mills parou na mesma hora, me lançando um olhar alarmante por eu ainda estar lhe fitando há muito tempo.

— O que foi?

— Você é linda, sabia?

Aproximei meu rosto do seu, abrindo um sorriso de lado ao vê-la corar com meu comentário sincero e arregalar os olhos.

Segurei sua nuca, embrenhando meus dedos nos fios da raiz de seu cabelo, me satisfazendo com o efeito que desejei obter ao senti-la estremecer com o puxão leve ao levar seu rosto de encontro ao meu, para que pudesse tomar seus lábios.

Millie paralisou por um momento, surpresa. Mas logo correspondeu com afinco, agarrando a barra de minha camisa e me aproximei mais, lhe cedendo o que queria. Minhas mãos desceram para seu pescoço enquanto as dela iam para os meus ombros, apertando os músculos ao me deixar invadir sua boca.

Explorei sua boca, degustando de seu gosto doce, ao lhe segurar pela cintura e apertar suas curvas, dando um pequeno sorriso divertido assim que Millie quebrou o beijo para soltar um arfar baixinho contra meus lábios.

Aproveitei a oportunidade, puxando seu lábio inferior entre meus dentes, sentindo seu ofegar vir contra meu rosto.

Distribuí selares molhados por seu pescoço, me contentando com ela tombando a cabeça para trás, sem fôlego.

— O seu joelho... — sussurrei, tentando me segurar antes que acabasse lhe machucando com algum movimento brusco.

A Brown grunhiu baixinho em insatisfação e grudou sua testa na minha, ainda de olhos fechados.

You Belong With Me 2Onde histórias criam vida. Descubra agora