O táxi.

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(...)

Após Zulema sair da reunião, ela vai de encontro com suas amigas em um barzinho.

- E então? Seu projeto foi aprovado? - Saray, uma de suas amigas, pergunta.

- Foi por pouco, eles estavam na minha mão. Eu não acredito que a Macarena fez aquilo depois de passar a manhã toda triste por eu não me "conectar" com ela, sabe? - confessa, bebericando o seu vinho.

- Entendo, americanas são assim mesmo. Com quem elas se parecem? - Saray brinca.

- Taylor Swift! - Altagracia grita e todas riem.

Saray ao ver uma linda garçonete passando por sua mesa, não perde a chance de jogar uma cantada terrível nela;

- E aí gata? Eu estava aqui pensando.. que horas você sai do serviço?

- Ah, vai ver se eu to na esquina, garota! - a garçonete diz e sai, deixando uma Saray sem graça para trás.

Todas as garotas na mesa riem do fora que ela acabara de levar.

- Você não tá com nada, Cigana! - Zulema zomba e uma bola de sinuca atinge o copo que estava do seu lado, espatifando-o - WOW, joguem devagar aí - Grita para alguns homens que estavam jogando sinuca do outro lado - Eu vou embora meninas, já está na hora. A Maca está me ligando! Até mais, beijinhos - se despede e sai do bar.

Então ela começa a andar pelas ruas movimentadas de Madrid e do outro lado da avenida, estava Cachinhos e Macarena no carro, conversando;

- (...) Loirinha, eu não sei qual escultura por na loja, quero alguém especialista nisso para me ajudar.

- Ei, olha, não é a Zulema ali do outro lado da rua? - Macarena diz e Cachinhos desacelera o carro.

- Onde?

- Ali, o que será que ela está fazendo? Entrou em uma agência de viagens... Espera... a surpresa! - ri, carinhosa.

- Que surpresa?

- Uma que ela me falou hoje mais cedo! Vamos embora, não quero que ela nos veja e estrague tudo.

(...)

6:23 p.m

Já tinha anoitecido em Madrid e Zulema estava indo pegar um táxi para ir a audição da Macarena. Afinal, ela não poderia se atrasar.

A rua estava coberta de névoa e logo surge um táxi, do nada.

- Boa noite, me leve até a Academia de Música de Madrid, por favor - diz ao motorista e entra no carro.

- Boa noite, é a escola de música não é? - o motorista pergunta, olhando ela pelo retrovisor do carro.

- É, tem uma audição hoje - responde sem dar muita importância.

- Sua namorada é musicista?

- Isso aí.

- E você está com problemas na vida amorosa...

Zulema demora a responder, intrigada com o assunto da conversa.

- É.. e como que o senhor sabe disso?

- Assim como os Barmans, os taxistas também sabem dos problemas dos outros.

Zulema nada responde, achando tudo muito estranho mas procurando pensar que é só coincidência.

Ele ainda continua a olhando pelo retrovisor e seu olhar é obscuro, cheio de mistério. Olhar de quem sabe muito!

- E qual é o seu? - ele complementa.

- Quer saber? Eu não estou a fim de falar sobre isso.

- É uma boa ideia, quem sabe assim o seu problema se resolva sozinho.

Ela estava começando a ficar com raiva da insistencia do taxista e por ter alguém estranho invadindo sua vida privada. Mas resolve continuar a conversa;

- Eu não consigo fazer ela feliz. - pausa e continua em seguida - Não consigo entender como é possivel amar tanto alguém sem saber como... como se deve amar.

- Então você a ama?

- Sim! - disse como se a resposta para aquela pergunta fosse a coisa mais óbvia do mundo - Amo muito.

- Esse é o problema.

- Eu vou viajar daqui a dois dias e ela quer vir também...

- E se você não voltar?

- O que você quer dizer com isso?

- Vamos lá, imagine: Vocês se despedem, você entra no avião e nunca mais a vê...Poderia viver assim?

Se antes a conversa do taxista já era estranha, agora que estava mesmo. Não conseguia entender o ponto que aquele homem, que continuava lhe encarando pelo retrovisor, queria chegar.

- Não. Não. Não conseguiria mesmo.

Então o motorista para o carro do nada e se vira para ela;

- Então você já sabe o que fazer. Aprecie o que você tem. Apenas ame-a.

Zulema escutou tudo sem falar absolutamente nada e percebe que ainda não chegaram no local indicado.

- Ainda faltam duas ruas para chegar a faculdade - pontuou, mudando de assunto.

- Eu sei disso, mas você não quer chegar lá de mãos vazias, quer? - diz e aponta a cabeça para uma loja de flores, logo em frente.

Zulema então ri, meio sem graça, gostando do conselho que o motorista havia lhe dado e sai do carro em direção a floricultura, comprando um buquê mediano de rosas brancas e vermelhas, que sua namorada tanto amava.

(...)

Antes que o dia termine (Zurena)Onde histórias criam vida. Descubra agora