Confuso.

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(...)

- Nossa, que poder de observação, hein? - Macarena diz, irônica - Aí, está doendo muito - corre para a cozinha, deixando uma Zulema pensativa no quarto.

Minutos depois, após a Macarena já estar pronta, saem de casa juntas. Chovia fraco naquela manhã.

- Mas eai, Zulema, o que aconteceu com você hein? Eu já queimei as minhas mãos tantas vezes naquela coisa - diz, andando ao lado da mais velha.

- É.

- É. Eu já me queimei.

Zulema anda mais a frente, entrando em outra rua deixando Macarena confusa. 

Zulema estava entrando na rua contrária onde o edifício de sua empresa ficava;

- Ei, o que tá fazendo? Pra onde você vai?

- Ah, a gente sempre vai por aquela rua.

- E... você sabe o motivo não é?

- Hm.. Não...?

- Porque é onde você trabalha e onde eu dou aula, Zulema - responde como se fosse a coisa mais óbvia que já havia dito.

- Ah, vamos fazer um caminho diferente hoje! Dar uma volta, o que você acha? - se aproxima e pega a mão da loira, puxando-a para si e voltando a caminhar.

- Ahn... Okay!

Nota: Macarena não sabia, mas Zulema estava totalmente paranóica e resolveu fazer um caminho diferente para que as coisas não saissem iguais ao seu sonho/pesadelo.

(...)

- Eu achei o caminho melhor, você não? - Zulema pergunta e escuta uma buzina de moto.

Ah não, Macarena não iria ficar suja de lama de novo.

- Cuidado! - a puxa, fortemente para si.

- O que houve? Será que você pode me explicar?

- Ah.. posso sim, eu só achei que você estava muito perto da calçada e a moto estava rápida demais - anda um pouco, deixando Macarena alguns passos para trás.

- Ah... - se arruma, de cabeça baixa, quando um jovem, com um copo de refrigerante na mão, se esbarra nela, derramando todo o conteúdo em sua blusa.

- Olha por onde anda, moça! - ele grita

- Ai, que ódio! - exclama e Zulema para vendo o que acabara de acontecer.

- Eu sabia! Não foi apenas um sonho.

- O quê?

- Tudo isso que aconteceu até agora.

- Sim???

- Tudo mesmo, eu sabia que aconteceria!

- Quê? Do que você está falando?

- O seu presente, a queimadura, a sua roupa sujando com algo...Eu já tinha visto! Eu sonhei com isso. Com algumas diferenças, é claro. Mas quase a mesma coisa...

-Zulema, as vezes a gente tem um dèjà-vu, é normal. Se acalma. Está tudo bem!

- Não é um dèjà-vu, não é isso. Dèjà-Vu é quando você pensa que já aconteceu e não o que vai acontecer! Entendeu?

- Olha, tá legal! Agora fala o que você sonhou e te deixou desse jeito, tão apavorada.

- Foi... - dá uma pausa, a observando - Foi terrível!

- Tá legal! Olha, vamos pensar direito nisso tudo depois, ok? Mas em seu sonho, visão, ou seja lá o que for, o que acontece agora?

Zulema para e pensa, tentando relembrar o que aconteceria depois daquilo.

- É... você vai para casa, se trocar e eu vou para a minha reunião.

- Isso é... terrível - diz, não entendendo, já que era óbvio que ela iria se trocar e a Zulema iria para a reunião.

- Ah, e no elevador eu irei quebrar o meu relógio.

- Ahn... tá bom, tá bom. Eu já entendi o que devemos fazer.

- O quê?

- Vamos juntas para o seu escritório e se o seu relógio quebrar, a gente vai saber que realmente tem alguma coisa errada, ok? E daí a gente vê o que fazemos.

- Tá bom! Vamos. - Macarena segura o braço de Zulema, andando junto com ela para o edifício.

Alguns minutos depois, chegam ao local e Zulema suspira aliviada, sem saber o real motivo daquele suspiro.

- Estamos quase chegando, Zule! E de mãos dadas, eu amo ficar de mãos dadas com você, sabia?

- Eu também, gosto muito.

- Ah, que horas são? - pergunta para fazê-la olhar para o relógio - Eu sei que o relogio é o objeto da sua aflição, desculpa - ri.

- Ok, eu vou olhar - se tensiona, implorando para que ele não esteja quebrado - É, tá inteiro.

- Está vendo? Se acalme, okay? Não é nada demais e você está apenas nervosa - coloca suas mãos nas bochechas dela.

- Tem razão. Você tem toda a razão.

- Então, tudo bem? Está pronta para a sua reunião?

- Estou - respira fundo - Mais pronta do que nunca.

- Ótimo! Boa sorte, não que você precise, vai dar tudo certo que eu sei. - a beija - Te vejo a noite, na minha audição.

- Audição? Que audição? - se faz de desentendida e o semblante da Macarena cai - Eu tô brincando. É brincandeira tá? Você sabe...o meu humor espanhol- Macarena apenas a olhava, estranhando- Ai, esquece.

- Ta... Tchau.

- Tchau, até mais, linda - se despedem e Zulema segue o caminho para a sua sala enquanto Macarena volta para casa.

(...)

Antes que o dia termine (Zurena)Onde histórias criam vida. Descubra agora