SUBTOM - L.T

epílogo.

Hannah ㅣ Presente.

Sinto o peso de minhas pálpebras à medida que abro os olhos devagar. Meu corpo está envolto em um calor absoluto que me preenche por completo. Tento me mexer, mas ouço um ressonar baixinho e percebo que estou de conchinha com Louis, pela milésima vez nesses meses que se passaram.

Seus dedos entrelaçados aos meus repousam na curva da minha cintura, e eu me pego sorrindo porque tudo o que isso representa é bom demais para ser verdade. Tateio a cama até achar o meu celular e dou um pulo quando percebo que já passa das sete horas da manhã. Louis se assusta e ergue o corpo me olhando confuso enquanto coça os olhos sonolentos.

ㅡ O que foi, linda? ㅡ Ele pergunta com a voz rouca e eu sinto minhas pernas tremerem.

Será que as sensações que Louis me causa jamais irão passar? Será que os efeitos que ele causa em mim serão eternos?

ㅡ Já são 7:16, vamos nos atrasar. ㅡ Viro o celular em sua direção e seu semblante não muda.

ㅡ Você não consegue uma folga? ㅡ Ele me puxa pelo braço me fazendo deitar por cima dele. ㅡ Porque sinceramente, estou com vontade de mandar o Malcom se foder para passar o resto do dia nesta cama com você.

A proposta é tentadora e me atrevo a sorrir, mas estou na época final do meu estágio obrigatório. Me formo em duas semanas e não posso correr o risco de perder uma hora sequer do estágio.

ㅡ Não posso. ㅡ Digo alisando seu rosto. Sua barba por fazer causa uma sensação gostosa na palma de minha mão. ㅡ É a última semana do estágio e preciso das horas, caso o contrário, sabe que eu jamais deixaria uma oportunidade dessa passar.

Ele sorri com os olhos e encosta os lábios quentes nos meus. Seus braços rodeiam a minha cintura e ele me aperta forte.

ㅡ Posso te buscar para almoçarmos juntos? ㅡ Ele diz ao separar nossas bocas.

ㅡ Hoje não dá. ㅡ Faço um biquinho. ㅡ Liz vai me ajudar a comprar o vestido da colação de grau. Podemos nos encontrar depois?

Ele assente e me beija de novo. Louis tem se tornado a minha rotina, e apesar de achar que éramos íntimos demais, percebo que a intimidade não se limita ao sexo, ao nu, ao tempo...a intimidade se limita ao exposto.

Eu nunca tive tanta intimidade quanto tenho agora, quando estou tomando meu banho e ele está na pia escovando os dentes, quando ele faz xixi na minha frente ou eu faço na dele, quando acordamos juntos e não temos a preocupação de nos preparamos para nos vermos, porque já vimos tudo. Cada detalhe, cada defeito, cada minúcia. Nos conhecemos bem e nos conhecemos tanto a ponto de gostar da imperfeição um do outro, porque nada equivale a amar uma pessoa até nas coisas que te irritam. Eu amo Louis, e eu não preciso de mais nada para me comprovar isso. 

Acredito que estamos vivendo o que Liz tanto pontuou. Somos exclusivos, sem rótulos, sem pressão… apenas somos um do outro. O que temos é e sempre vai ser: melhor.

ㅡ

ㅡ Preto, Han? ㅡ Liz avalia o meu vestido esboçando uma careta.

A vendedora a olha com uma cara feia enquanto Liz não muda o semblante. Tento sorrir, levemente sem graça.

ㅡ Preto é sempre a escolha certa e combina com tudo.

ㅡ Mas, você poderia ousar um pouco. Sei que a colação de grau exige algo mais discreto, mas tá básico demais, não acha?

Analiso o vestido e olho para Liz. Talvez ela tenha razão, e tenho vários vestidos iguais a esse em meu guarda-roupas, não preciso gastar cem dólares para ter outro igual.