11 - Acolho a mim mesma

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Na imagem, estou sozinha, de perfil, séria, como que percebendo algo importante, refletindo... Também um tanto cansada e de cabelos molhados, saídos de um banho demorado, depois de um longo dia de cuidados dedicados ao meu filho, à casa, à vida. Só apareço do nariz para baixo, e a intenção é focar ainda mais na região do coração, onde todos nós abrigamos um saber milenário, o Ser essencial, a Criança primeira.

***

Acolho a mim mesma

No processo de acolher

A minha criança,

Acolho a mim mesma.

Não só à condição

De recém-mãe

Ou de mãe de estrada considerável.

Mas, aos sentimentos cá guardados,

Ao ser que pede também ser olhado.

É quando percebo

Que há uma criança primeira,

À espera de meus cuidados!

Uma criança, em mim,

Que pede o meu colo,

A minha atenção,

O meu carinho,

O meu afeto.

É quando caio em mim

E descortino o saber de que,

Mesmo antes de ser mãe

Aos olhos do mundo,

E até aos meus próprios,

Eu já era mãe desde sempre:

De mim mesma.

***

Nota da autora:

Sim, como mãe, preciso acolher-me, independentemente do tempo que tenha para fazê-lo! Muitas vezes, não é a quantidade de tempo, rituais potentes ou mesmo "vida própria" que crio à minha volta, só para mim. Mas, aqui e ali, mesmo no meio da vida correndo, pôr a mão em meu próprio peito e escutar-me, validando-me em minha força possível e como ser que, mesmo sendo 'quem cuida', também necessita de amparo e de cuidados.

Mãe em poesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora