15 - Você vai se esgotar!

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Em contraponto à ilustração da poesia anterior, onde me encontrava de punhos fechados e fita multicor amarrada ao pulso, apareço com mãos mais relaxadas nessa imagem, levemente fechadas, com a mesma fita multicor. Só que, agora, desamarrada e acomodada no centro de minha mão, como que em posição de recolhimento e acolhimento, ao mesmo tempo, representando a exaustão materna, bem como a flexibilidade, demonstrando a necessidade de horas 'ser resistência' e horas 'ser aceitação'. E, no final das contas, os dois estados serão fortaleza para o nosso ser.

***

Você vai se esgotar!

Sim, você vai se esgotar, mamãe!

Em alguma hora, você vai!

É que a maternidade traz um chamado quase que no susto, sabe!

Bem austero, urgente, abrupto e, ao mesmo tempo, sutil.

Que impõe, dia após dia, ininterruptos dias, de um jeito ou de outro, a uma maior doação.

E, nesse processo de dar de si, você passa a descortinar realidades que nunca conseguiu oferecer a si mesma, até então!

Inevitável, isso.

É como se o que estivesse debaixo de cortinas internas, dormindo ou falando bem baixinho,

Depois de mãe, passasse a gritar por ouvidos, por atenção, por direção.

E, nesse contexto, a divisão:

A criança nasce.

Mas, uma mãe também vem ao mundo, pela primeira vez!

E o dilema sobre como e em que medida atender a ambas!

Uma hora, esse estado de coisas vai doer, vai ficar confuso...

Seja dentro do peito, seja no braço cansado, seja no sono interrompido...

Uma hora, vai esgotar!

Mas, olha, é natural, viu?

Em algum momento, dentro do servir materno, você se encontra com suas sombras, negativas e inabilidades.

Sim, e é quase unânime ser bem cambaleante, até aprender a confiar no caminho!

Que você possa unir, então! Una as partes de uma mesma realidade!

Sabendo, que nem todas as estradas escolhidas serão tão retas e previsíveis assim!

E que, para tudo, há o seu tempo!
Tudo estando em seu devido momento.

Quando você estiver nesse esgotamento, seja mental, seja físico, seja emocional...

Lembre-se que, mesmo dentro do túnel, há sempre luz. Sim, há sempre luz!

E que já pode estar visível para você!

Oh, e reencontre seus afetos! Nem que seja dentro de si!

Para conseguir realizar o reabastecimento sutil,

Das energias doloridas, não compreendidas e não acolhidas ali,

Que pedem um regar de si, para voltarem a sorrir.

Esgota, mas, passa ou ameniza, está bem?

Resista a princípio, ao desespero, ao desânimo...

Põe o ritmo a passos lentos e largos,

Para achar as soluções, nem sempre fáceis, para que seus pés caminhem com mais paz.

Tenta ser de algo muito melhor e mais belo a surgir dentro de si e de sua realidade, o início!

O início da compreensão, do aquietar-se, do permitir-se ver além do que se vê, com seus olhos e sentidos materiais.

Encarar o esgotamento materno como parte de uma cultura que ainda subestima o cuidar

E que há um nível próprio de dor e de suor para cada maternidade,

Que modificar para o ser ou situação anterior tudo isso, pode não ser realidade, a princípio,

Esse sim é o grande desafio!

Sendo assim, sim, mamãe, você, certamente, vai se esgotar!

Mas... lembre-se:

Tanto a ordem quanto o caos, passam.

E está tudo bem!

Está tudo bem...

Com você, com seu bebê, com a luz e com a sombra.

E entre todos os polos possíveis, a sua bússola, o seu centro.

***

Nota da autora:

Apesar de mães, somos seres humanos limitados, imperfeitos e faz parte transitarmos entre emoções e estados físico e mental opostos. Pois, tudo isso, prepara-nos para o caminho do meio, que é justamente o caminho das autopercepções, do autoconsolo e da compreensão Real de tudo ser da forma que é. E prepara-nos também, para o entendimento do motivo de, em algumas ocasiões, termos autonomia para mexermos nos fatos e, noutras, nem tanto assim! Todo esse estado de coisas desafiadoras, acabam, na verdade, contribuindo para um vislumbre de equilíbrio e uma certa harmonia dentro do maternar... Mesmo tudo parecendo correr a ritmo bem frenético e sem pausas mais longas como sonhamos nesse processo, onde comer, ir ao banheiro ou, simplesmente, escovar os dentes, passam a ser artigos de luxo, no início.

Mãe em poesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora