Capítulo XXV

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Depois de muitos abraços e beijos e sorrisos trocados com papai e Lupin fui situada de todos os acontecimentos depois que fui raptada. A morte de Dumbledore, Snape sendo um comensal da morte, a queda do Ministério da Magia, o assassinato do ministro, entre outras coisas. Contei para papai e Lupin sobre minhas visões com Voldemort e seu exército, ficaram preocupados, óbvio, mas estavam planejando tudo - junto com os membros da Ordem da Fénix que sobraram - para tentar tirá-lo do poder. 

Tentei fazer com que papai me deixasse ajudá-los, afinal sou uma vidente. Mas não adiantava muita coisa. 

— Pai, eu posso ajudar você e a Ordem. Consigo me virar sozinha.

— Vamos ver então, onde está sua varinha? 

— Minha varinha? — coloquei a mão atrás do bolso e não senti nada. — Tiraram de mim quando cheguei a mansão Malfoy. Droga!

— Olha a boca suja! — fiz careta. — Sei o quanto quer ajudar, mas sem a sua varinha está sem proteção. E além do mais, só tem treze anos.

— Tenho quinze.

Papai me olhou com o cenho franzido e depois suavizou. A verdade é que passei tanto tempo naquela cela fria, que havia perdido meus aniversários. Papai ainda achava que eu tinha treze anos, ele tinha o semblante triste. Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e deu um sorriso pequeno. 

— Você cresceu tanto e eu nem percebi.

— Eu não cresci tanto, apenas virei uma adolescente. 

— Tudo bem, Srta. Adolescente. — olhamos pela janela do meu quarto, passamos tanto tempo conversando que não percebemos que havia anoitecido. — Você precisa descansar, passou por muita coisa.

— Achei que fosse morrer lá. — sussurrei. — Fiquei com muito medo, pai. — ele fez carinho nos meus cabelos e beijou minha testa. — Sabe, quando for na época dos exames, vou tentar para auror. Quero ajudar as pessoas. 

— Tenho certeza de que será a melhor auror de toda Grã-Bretanha. — ele me cobriu e sorriu para mim. — Agora descanse, conversamos amanhã. 

— Boa noite, papai. 


- X - 

Todos estavam em um pátio de Hogwarts, completamente destruído. Muito feridos e cobertos de poeira. Todos olhavam para o meio, onde estava o gigante que segurava alguém em seus braços. Aquele que todos temiam sorria de orelha a orelha, assim como seus seguidores. 

Então o garoto levantou, O-Menino-Que-Sobreviveu. 

O sorriso d'Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado sumiu de sua face, o sentimento de alegria foi substituído por ódio. 


Acordei com a respiração ofegante, mas diferente de outras noites em que acordei confusa ou chorando, dessa vez eu acordei sorrindo. Ainda era noite, levantei rápido da cama, desci as escadas gritando por meu pai. Precisava contar a ele sobre a nova visão.

Nem tudo estava perdido. 

Ouvi vozes altas vindas da cozinha, que logo depois foram diminuindo. Corri até lá e alguns membros da Ordem estavam presentes, papai levantou da cadeira e veio até mim. Nós guiou até o andar dos quartos, segurou meus ombros e sorriu. 

— Harry está em Hogwarts. A guerra vai começar. — me puxou para um abraço apertado.

— Eu também vou!

— Isso não está em discussão. — quando iria protestar, ele me cortou. — Jade Isabela Black, eu quase perdi você uma vez, não quero arriscar de novo. Fique aqui, por favor. Monstro vai cuidar de você.

A Herdeira BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora