Capítulo XXIII

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6 meses depois

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6 meses depois...

A dor já fazia parte de mim. 

Cada dia, Voldemort gritava para Rabicho me levar até a sala, para saber a minhas previsões sobre ele. Mas a tempos que eu não tinha nenhuma visão, um sonho, um sopro, sobre nada. Absolutamente nada. 

Nem sobre ele, sobre papai, sobre Harry. Ninguém. 

As masmorras não tinham janela, não sabia quando era dia ou noite. Por estar mais frio que outros dias, presumi que estivesse chovendo. Estava deitada, encolhida no canto da parede, quando a porta da masmorra é aberta. Rabicho não precisava me arrastar, eu me levantava no automático. 

Ele segurou meu braço e me levou até a sala. 

Permaneci com a cabeça baixa quando entramos na sala. Conhecia cada par de sapato presente naquele lugar, mas havia um novo. Levanto a cabeça e vejo Draco Malfoy, ao lado do pai e da mãe. Quando houve a briga no ministério, Lúcio foi preso por Dumbledore e mandado para azkaban. 

— Draco? — digo baixinho.

— Não se dirija a ele, sua fedelha de sangue-ruim — Bellatrix bate no meu rosto. Draco se encolhe perto da mãe, mas não diz nada. 

— E então vidente — ele se aproxima por trás de mim. — Me diga, qual as previsões para meu futuro? 

Fico em silêncio. Não adiantaria tentar mentir, ele saberia, e me castigaria com algo muito pior do que a maldição cruciatus. 

— Eu não vi nada. — digo baixinho. — Assim como a há 6 meses atrás. Não posso simplesmente forçar uma visão. 

Crucio!

Caio de joelhos e grito a plenos pulmões. Finco as unhas nas palmas das mãos, formando meias luas. A dor vinha da cabeça e espalhava-se pelo corpo. Ponho as duas mãos na cabeça e seguro. 

Ele finalmente para, mas eu continuo no chão, chorando. 

Choro de dor, de cansaço e tristeza. E frustração. Principalmente por isso. Não sabia como Harry, Kile e os outros estavam. Eu chorava todos os dias, perto de adormecer, pensando no meu pai. De forma aliviada, por ele estar longe de toda essa confusão e de tristeza, por ele não estar mais comigo. Eu precisava do meu pai ao meu lado mais do que nunca. 

— E dizem que você é a vidente mais poderosa do mundo bruxo. — ele diz com a voz mais fria que nunca. — Que perda de tempo!

— Então por que não me mata logo? — levanto o olhar. Seus olhos vermelhos me davam pesadelos todas as noites. — Não sirvo de nada. 

Ele dá uma risada maligna e fria.

— Vai servir. Draco — o menino se assusta. — Leve-a de volta a masmorra. 

Draco balança a cabeça rápido e me puxa pelo cotovelo. Andamos rápido até a masmorra e ele me empurra para dentro, mas não com brutalidade. Olho para ele de cima a baixo, ele estava diferente, parecia assustado, como se algo a qualquer momento fosse ataca-lo. Olho para o braço esquerdo dele e vejo algo similar a presas, puxo pela grade e arregaço a manga da camisa. 

Ele tinha a marca negra. 

— O que você fez, Draco? — arregalo os olhos ao dizer. Ele puxa o braço e vai embora.

Ele estava em sérios problemas.


- X - 

Sirius

Sirius já não era o mesmo homem a meses. Desde que perdeu Jade não comia direito, não dormia - sempre acordava com pesadelos, onde escutava Jade gritar - , e não pensava em outra coisa a não ser na filha perdida. 

Quando o ministro da magia finalmente reconheceu que Voldemort havia voltado, concedeu o perdão a Sirius. E quando foi anunciado que Jade estava desaparecida, no inicio não achou necessário mandar aurores em busca da menina, mas quando foi ameaçado por Sirius, mandou um grupo dos seus melhores aurores a busca - incluindo o pai de Kile. 

Uma vez quando estava no ministério com o Sr. Weasley, viu diversos cartazes de desaparecida com o rosto da filha. 

Olhava a chuva, que castigava Londres a dois dias, quando Lupin entrou no quarto onde estava. 

— Alguma coisa? 

— Não. Nada. 

Sirius suspirou cansado e engoliu em seco. 

Saiu do quarto apressado, desceu as escadas, pegou o casaco e saiu de casa. Não ligou para a chuva que caia, era até melhor assim. Com a chuva, poderia ter a privacidade que queria. Já havia feito aquele mesmo trajeto a meses atrás, não seria difícil chegar onde queria. 

Quando chegou ao cemitério e parou em frente a lápide de Helena, pode finalmente soltar as lágrimas que vinha segurando a meses, anos até. Agachou em frente a lápide de passou os dedos pelo nome dela. 

— Desculpe não ter trazido nada querida, acabei vindo na pressa. 

A chuva continuou, mais fraca, mas continuou. 

— Quando a vi pela primeira vez, ela apontou a varinha para mim. — ele ri lembrando do primeiro encontro deles na casa dos gritos. — Estava com medo, achava que eu era o assassino que todos falavam. Dava para ver nos olhinhos dela o quanto estava triste em saber que o pai dela era um "comensal da morte". — fez aspas com as mãos. — Mas quando tudo foi dito, que eu não havia matado Tiago e Lílian, e que Rabicho teria... — ele fechou os olhos espantando a lembrança. — Apesar de saber como você morreu, deu para ver que ela estava aliviada por eu não ser o monstro que diziam que eu era. 

"Não vejo a hora de encontrá-la e dizer que finalmente consegui o meu perdão do ministério. Apesar de ser inocente. — Sirius suspirou e mais lágrimas caíram por seu rosto. — Eu perdi nossa garotinha, mas eu vou encontrá-la. — disse sério. — Vou trazê-la de volta para casa, querida." 




A Herdeira BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora