DARK FANTASY | +18
O Rei está morto, e com ele, reinados de paz são levados ao túmulo. As trombetas de uma guerra cruel ressoam anunciando tempos de violência e injustiça. Forças ocultas foram despertadas nas sombras, no ventre de uma antiga religiã...
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- Se afaste, garota. Não olhe. - Gerhard puxou a pequena elfa para perto, Cobrindo seus olhos com antebraço.
A cena era de revirar até o mais forte estômago.
- Não vou olhar. Juro. - ela disse, se acolhendo entre os braços do guerreiro.
O perfume das flores do campo misturavam-se com o teor ferroso de sangue e o cheiro de carne apodrecida com terra úmida. As carcaças mutiladas os saudavam com um terror desconhecido e noturno. Gerhard engoliu seco, sem desviar o olhar e sem permitir que Liria tivesse aquele terrível vislumbre. Queria poupar a garota daquela violenta realidade a qual todos estavam expostos.
Quase involuntariamente, ele a apertou com os braços como se aquele gesto fosse a proteger.
- Foram os notívagos - A voz de Ulfeir ressoou na noite, tomando o espaço da cena em tom explicativo enquanto apontava para os cadáveres de dois cavalos caídos na campina, próximos à uma grande carruagem de viagem, atolada. A história de antes, parecia verdadeira.
- Notívagos? - Sasaki quis saber. O espadachim estava apreensivo e em alerta, postado ao lado de Gerhard, sem tirar a mão de sua katana.
- Tão jovem, mas tão surdo. Talvez limpar as orelhas lhe caísse bem, espadachim - Aella implicou. Embora zombasse, sua ansiedade era notória. De braços cruzados, golpeava o chão com a bota repetidas vezes e sem ritmo algum. Parecia aflita e ansiosa demais. Sua postura aumentava a suspeita do grupo.
- Não enche. - esquivou-se o samurai, ligeiramente com classe.
Em resposta a irritação de sua filha, Ulfeir a encarou com um olhar de censura. A própria feição do caçador se tornara mais sombria diante o violento cenário que era palco de suas explicações, não deixando boas margens para ser questionado em sua autoridade.
A garota, fechou a cara. Mas bastou o olhar de seu pai para que ela acatasse à ordem. Sasaki sorriu em triunfo. Aella revirou os olhos. Ambos, jovens e eloquentes.
- Criaturas da noite, Sasaki. Terríveis espreitadores famintos e selvagens. - O caçador comentou com tom de lamento.
Ricken tomou espaço. Surgindo de fininho em em meio a explicação.
- Se lembram da criatura que enfrentamos, cerca de um mês atrás? - O pequeno perguntou aos seus, mas ligeiramente viu o rosto de cada um se desdobrando em dúvidas e lembranças. Tanta coisa havia ocorrido nessas semanas, não podia simplesmente culpá-los pela falta de memória, exceto Gerhard.
- A que estava devorando o gado do fazendeiro? - Sasaki enfim indagou, esforçando-se para reviver o ocorrido.
- Porra! Ta falando do Chupa-cu?!- Urgrog bradou em um tom enérgico.
