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Capítulo 60

Azevedo

Azevedo: a ordem é passar geral, brotou na frente mete bala nesse caralho - falo no radinho pros moleque

RL: vou subir pra tua casa com mais uns moleque e reforçar a segurança

Azevedo: já é, vou descer as viela pra ver como tá a situação, qualquer coisa me avisa

Nem espero ele responder e já saí correndo pelas ruas do morro, odiava invasão com todas as minhas forças, pra mim é a idéia mais burra da polícia porque subiam o morro trocava tiro pra caralho e no fim não adiantava de porra nenhuma porque o fluxo do tráfico seguia da mesma maneira. Era só uma perda de tempo que me gerava uma dor de cabeça do caralho.

Já tinha mais ou menos meia hora que a troca de tiro tava rolando e até agora tava "tranquilo", o salseiro só ía começar quando chegasse os reforços que eu sabia que ía vir mas eu já tava preparado, depois do toque que a Becca me deu eu reforcei tudo aqui no morro.

Tava descendo o morro quando me deparo com o WL, a Virgínia e o B2, nem esperei nada não já fui mirando meu fuzil na cara do palhaço mas como sempre a Vivi se meteu na frente dele.

Vivi: para Azevedo, não é hora pra isso, ele tá ajudando

Azevedo: quero nem saber eu vou passar esse mané mas antes ele vai me explicar o que ele tava fazendo no meu morro - perguntei grosso olhando pro B2.

Vivi: eu chamei - encaro ela.

Puta que pariu! É minha irmã mas é burra pra caralho.

Azevedo: você é uma otária né Virgínia, cara te colocou um chifre e tu chama ele pra conversar?

Vivi: Azevedo cuida da tua vida que eu cuido da minha, sei muito bem o que eu tô fazendo

WL: caralho! Vocês são tudo maluco, a polícia tá subindo o morro e vocês discutindo besteira, se fuder - fala puto e saí andando

Azevedo: ué!?

Vivi: eu sempre falei que ele é revoltado e bipolar

Azevedo: não importa, ele tá certo. Mas depois a gente vai conversar porque eu não engoli essa historinha não - aponto pros dois.

Nós saímos pelas vielas e a Virgínia ía enchendo a minha paciência, ela podia até ser boa com uma arma na mão mas o menina medrosa, e pra melhorar a situação ela ainda ficava falando besteira mas nada que eu já não estivesse acostumado.

Quanto mais a gente ía descendo mais a coisa ía ficando feia, bala tava comendo mesmo, o

Vivi: cê acha que a gente dá conta? O outro comboio ainda nem chegou...

Azevedo: a gente tem que dá conta - interrompo ela - Pedro, Leleco e Barão já mandaram os reforços, eles tão chegando e vai dá tudo certo, fica na paz

Sabia que ela não ía ficar na paz mas pelo menos ía tranquilizar a maluca, Vivi ficou cheia de traumas depois da morte do nosso pai então eu tentava ao máximo não julgar ela porque ela já tinha os demônios dela.

[...]

A bala comeu por um bom tempo, os cana não recuaram e a gente muito menos. Nós já estávamos preparados pra aquela missão então disposição era o que não faltava.

Depois de umas três horas de confronto os cana desistiram porque o delegado tinha sido baleado, eles recuaram e a situação tava bem feia. Muita gente ferida, muitos mortos, morro tava de cabeça pra baixo.

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