Harven

Prólogo

Faltavam apenas quinze minutos para o inicio do embarque dos passageiros do voo 878, com destino a grande metrópole de Konoha quando o jovem Neji e sua prima Hinata chegaram a empacada fila de fiscalização de bagagens de mão. O homem de longos fios castanhos e olhos tão cristalinos que podiam ser facilmente confundidos com joias peroladas já encarava impaciente seu relógio enquanto tentava entender o caos que havia se formado a sua frente.

— Eu juro que não estava tentando traficar esse gato! Ele deve ter entrado na minha mala enquanto eu dobrava as roupas! – o rapaz com fios dourados e olhos radiantemente azuis a sua frente suplicava aos fiscais que o revistavam como um criminoso. — Eu nem mesmo pretendia trazê-lo comigo!

— Tudo bem senhor Uzumaki, acreditamos no senhor. O problema é que não podemos transporta-lo na cabine com o senhor, muito menos sem uma caixa de transporte para pets. – explicou gentilmente a fiscal de embarque. — O senhor teria alguém que possa busca-lo?

— Posso tentar ligar pra um colega, mas meu voo decola em poucos minutos.

— O nosso também! – Neji enfureceu-se com a tranquilidade na voz do sujeito. — Será que tem como agilizar?

— Eu juro que não queria trazer esse gato! – apontou para o bichano que havia se escondido em sua bagagem.

— Nós acreditamos no senhor! Está tudo bem! – Hinata dispôs um sorriso gentil ao rapaz e foi imediatamente retribuída antes de se direcionar ao seu primo, agarrando-lhe o braço. — Tenha calma Neji, vai dar tempo!

— É incrível como eu atraio gente inútil. – Revirou os olhos e aguardou observando os gestos exagerados que o loiro fazia tentando convencer a todos de sua inocência.

O desenrolar daquela história tomou mais dez minutos do tempo de todos que aguardavam na fila de revista. O embarque já havia iniciado quando os primos e todos os outros passageiros conseguiram adentrar na gigantesca aeronave. Já haviam decolado há cerca de uma hora e cinquenta minutos quando Neji finalmente se atentou a presença feminina que foi designada a sentar-se em seu lado direito, próxima ao corredor, notando-a apenas porque a mesma acionou os serviços de bordo.

— Sou Ino, sua comissaria de bordo! Bem-vinda ao voo 878! Em que posso ajuda-la? – a jovem comissaria de cabelos longos e dourados presos em um rabo de cabalo alto esboçou um largo sorriso para a morena que roía suas unhas nervosamente sentada a sua frente.

— Vocês têm algum tipo de petisco, não sei, algo como amendoins? – questionou ainda com suas unhas entre os lábios.

— Temos sim! Vou lhe trazer alguns. Se a senhora quiser também posso lhe trazer uma água com açúcar e algumas revistas para distraí-la! – sua experiência a bordo já lhe mostrava o quanto a senhorita estava nervosa em estar naquele ambiente. Neji observava ambas com atenção.

— Eu aceito, obrigada. – Suspirou fundo e levou sua mão ao coque despojado que usava em seus fios enquanto observava a aeromoça se afastar.

— Primeira vez? – Neji chamou a atenção para si.

— É tão obvio assim? – a moça sorriu deixando seus fios para entrelaçar seus dedos.

— É que já passei por isso! Sou Neji, prazer. – Estendeu-lhe a mão e a moça a apertou.

— Tenten, o prazer é meu. Sabe, eu sempre soube que teria medo de voar, mas dizem que para perder o medo é preciso encara-los de frente. Jamais ouvi tanta bobagem! – riu e foi acompanhada por ele. — Acho que fiquei com ainda mais medo entrando em um avião.

— Nem sempre encarar o medo funciona. Minha prima sempre dorme durante as viagens para passar mais rápido. – Apontou para Hinata, já adormecida ao seu lado. Tenten inclinou-se para observar a jovem ao seu lado.