Harven

Quatro

Correram o mais depressa que podiam rumo a praia, Neji com sua prima adormecida em seu colo enquanto Naruto iluminava o caminho a sua frente. Foram de encontro a Sakura, que atendia Tenten, ainda sufocando.

— Preciso de algo mais afiado! E uma caneta! – Pediu aos sobreviventes curiosos que rondavam a cena agonizante. Voltou sua atenção rapidamente a Hinata, que foi colocada ao lado de Tenten. — Céus, o que houve?

— Conversamos sobre isso depois... – Naruto tentava recuperar seu ar, mas ver o estado de Tenten o deixava ainda mais ofegante. Sakura checou rapidamente o pulso jugular de Hinata confirmando que a mesma apenas estava desmaiada.

— Ela está viva! – afirmou a Neji, que estava claramente aflito. O mesmo suspirou aliviado por poucos segundos antes de ficar tenso novamente com a jovem que sofria a sua frente.

— Aqui Sakura! – Ino estendeu a ela um estilhaço afiado e a caneta que encontrou. — Servem?

— Terão que servir... me arrumem água para pelo menos limpar a lâmina!

— O que ela tem? O que vai fazer com isso? – Neji questionou enquanto ajoelhava-se ao lado de sua prima.

— Sabe me dizer se ela caiu na água? – Sakura higienizou como podia o estilhaço antes de se concentrar na parte da pele que precisaria cortar.

— Sim, e quase se afogou.

— Isso confirma minhas suspeitas. É um derrame pleural, água nos pulmões. Ela inspirou muita água e agora eu preciso dar um jeito de tirar. Neji eu preciso que a segure, pois vai doer... – Neji a atendeu e Sakura começou a operação desenhando um pequeno e profundo risco na lateral do tórax de Tenten, que se retorcia e gritava com a dor que sentia. Assim que alcançou a profundidade desejada, Sakura foi rápida em desmontar a caneta e inserir apenas o canudo transparente no pequeno rasgo, fazendo com que a água salgada jorrasse do corpo da moça a trazendo alívio aos poucos.

— Obrigada... obrigada... – ofegava voltando a respirar.

— Tudo bem... Sai, por favor, quando a água parar de sair, amarre essa camisa em volta do corpo dela, tapando o ferimento. – pediu e o rapaz se prontificou. Voltou suas atenções para Hinata. — Esses ferimentos... São garras. Vocês conseguiram matar o animal que fez isso?

— Nós não... não vimos o que fez isso. – Neji remoía a cena em que encontrara sua prima.

— Ela estava amarrada em uma espécie de... cruz, eu sei lá! Parecia estar pronta para um ritual! – Naruto afirmou, agitado pelo que havia presenciado. — Um animal não faria isso! São índios! Eu não os vi, mas isso é trabalho de humanos Sakura!

— Índios? Canibais? – Ino questionou e logo todos estavam aflitos balbuciando entre si.

— Nós ainda não sabemos! Podem ter sido macacos, um gorila, eu não sei! – Sai aumentou o tom. — Vocês não viram o que era! Não é possível que estamos presos com canibais... – tentava acalmar a si mesmo.

— Nós não vimos, mas o que mais poderia ter construído aquela estrutura e amarrado ela lá?! – Neji contestou enquanto observava Sakura cuidar dos ferimentos. — Olha, nós não temos tempo pra isso agora. Sakura, o piloto também precisa de ajuda! Temos que voltar lá antes que seja tarde demais.

— Certo. – Sakura concordou terminando de enfaixar os ferimentos. — Não há muito que eu possa fazer por ela agora... temos que mantê-la hidratada para que ela recupere o sangue que perdeu e possa despertar. Mas ela ficara bem! Vamos até o piloto agora.

— Eu levo você lá. – Tenten tentou se levantar, mas o esforço a arrancou um gemido de dor.

— Você vai ficar aqui e se recuperar! – Neji a repreendeu. — Faça-me um favor e fique de olho na Hinata. – Tenten acenou concordando e voltando a se deitar.