Harven

Sete

O dia amanheceu embebido em nuvens acinzentadas, com uma leve brisa gélida que retirou o sono de todos os alojados na praia. A quietude reinou enquanto alimentavam-se com algumas frutas que os membros do grupo haviam encontrado na floresta, cada um perdido em seu próprio pensamento e desejo crescente de retornar aos seus lares, vidas sociais e a segurança da vida urbana que foi arrancada deles pela queda na ilha misteriosa. Se reuniram logo após o café da manhã.

— Bom dia. – Neji quebrou o silêncio expondo um meio sorriso no rosto. — E então, quem vai comigo tentar encontrar algum sinal?

— Eu não vou entrar nessa floresta... Vou ficar aqui e ajudar a médica com os feridos. Fui enfermeira por muitos anos e ainda dou pro gasto! – Tsunade foi a primeira a se esquivar. A verdade é que ninguém ali gostaria de se arriscar dentro da mata fechada.

— Shikamaru e eu não voltamos pra lá tão cedo! - Temari logo se pronunciou não deixando alternativas para seu companheiro.

— Sai e eu vamos. – Ino se proferiu bravamente, tentando convencer a si mesma de que estava pronta para a jornada.

— Lee e eu também vamos com você. – Tenten era a única dali que realmente estava determinada a encarar a floresta. — Eu já estou pronta. Alguém mais?

— Eu vou também. – Sasuke se pronunciou. — Vou só por uma roupa mais confortável.

— Não vai não. – Sakura cruzou os braços e franziu o cenho.

— O que disse, doutora? – Sasuke arqueou uma sobrancelha.

— Já está ferido demais! Mais um encontro com essas criaturas e com certeza você não sairá vivo. Vai ficar e descansar pra que esses ferimentos se curem logo! Você também tem antibióticos pra tomar nos horários certos.

— Eu levo os medicamentos!

— Não! Você vai ficar e eu vou cuidar pra que você fique bem vivo, Uchiha. – Sasuke revirou os olhos, mas não a contrariou.

— Eu fico com o meu irmão. – Itachi deu de ombros. Sasuke ficou ainda mais indignado, sentindo-se como uma criança vigiada. Naruto ria livremente da situação e se pronunciou assim que conseguiu controlar seu riso.

— Eu vou ficar, estou construindo uma jangada.

— Uma jangada? – Tenten franziu o cenho não vendo sentido algum naquilo. — Pra que? Não sabemos onde estamos e nem pra onde ir... Podemos nos perder pra sempre no meio do oceano.

— Eu sei, eu sei. – Naruto manteve seu bom ânimo, ainda orgulhando-se do projeto. — Não é pra irmos embora. Eu vi algo do outro lado da ilha, naquela borda ali – apontou a direção. Todos puderam ver uma estrutura alta e negra projetando-se para cima como uma torre. Aquela cena chamou a atenção de todos — e quero ir lá verificar o que é. Para isso a jangada. É mais seguro chegar lá pela água do que por terra.

— Legal, então somos só nós. Podemos ir?

Neji observou o semblante de medo de todos os seus companheiros de viagem enquanto acenavam confirmando que estavam prontos para partir. Adentraram a floresta com cautela, sempre atento aos arredores e apressaram o passo para que não demorassem mais do que o desejado para chegar. Ino caminhava com o transmissor em mãos, mantendo-se atenta ao sinal que aparecia na tela do mesmo.

— Você pareceu bem animada em vir. – Neji se aproximou de Tenten, deixando os outros seguirem alguns passos a frente deles. — Não está com medo dessas outras pessoas?

— Pode apostar que estou! Mas se tem uma chance real de conseguirmos sair dessa ilha vivos e resgatados, eu com certeza quero tentar. Eu não aguento mais esse lugar sombrio... eu nunca deveria ter entrado naquele avião...