Prólogo

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É um dia ensolarado, tem crianças correndo e pessoas conversando

Eu, como sempre, estou no meu querido jardim. Meu jardim tem variadas flores de cores únicas e lindas, me traz paz esse lugar. Me sinto relaxada, fecho os olhos, respiro fundo e escuto o vento se colidindo com as folhas das árvores, mas meu relaxamento é interrompido após escutar alguns gritos que logo me faz levantar em um pulo.

Em seguida, saio correndo adentrando no palácio desesperada pela gritaria. Enquanto corro, vejo alguns guardas e soldados correndo em direção oposta da minha com as suas espadas em mãos. Chegando perto do trono, onde meu pai geralmente mais fica, consigo ver meu pai juntamente com minha mãe e sem pensar corro mais rápido até chegar nos braços de meu pai que logo me abraça ao me ver.

Assim que termino de abraçá-lo, minha mãe me puxa pelos braços e me carrega no colo. Seu desespero é bastante evidente, acho que ela está suando frio também. De imediato, meus pais correm e percebo que é onde as naves ficam.

Será que vamos fugir? O que está acontecendo? Por que tanta gritaria?

— Pare. — escuto meu pai dizer num tom que parecia ser de medo e logo minha mãe para abruptamente.

Quando olho para frente, percebo que há três homens enormes impedindo nossa passagem.

Observo cada um deles e vejo características totalmente diferentes e até um deles parecia bem cansado. Ficam um breve tempo nos encarando, até que eles correm em nossa direção que rapidamente faz meu pai tirar a sua espada da cintura e começa a lutar com os três homens dando passagem para minha mãe que, sem hesitar, corre para a mesma direção de antes.

Continuou sem entender nada, queria poder ter alguma resposta do que é isso tudo.

No meio do caminho, minha mãe vira a sua cabeça para trás e começa a correr um pouco mais devagar, escuto alguns fungares e me abraça um pouco mais forte assim fazendo eu olhar para trás também. Ao ver a imagem, meu coração dispara e meus olhos se enchem de lágrimas, nenhum cai no momento. Tento o máximo segurar a água que se acumulou, mas aquilo era a coisa mais dolorida que já pude sentir, então finalmente deixo as lágrimas caírem livremente.

Há um homem de cabelos loiros que está com sua espada cravada no peito de meu pai, ele está jogado no chão gemendo de dor e em volta dele uma poça do seu próprio sangue.

Pude ver, mesmo de tão longe, seus olhos cheio de tristeza e sem esperança. Seus lábios se mexem formando alguma frase que logo percebo o que é.

— Eu amo vocês... Adeus. — são as últimas palavras que ele diz enquanto cerra os seus olhos lentamente tentando ao máximo deixá-los aberto.

E então... Ele fecha os seus olhos... Para a eternidade.

Assim que ele fecha os seus olhos, minha mãe volta à olhar para frente e a correr, agora com lágrimas caindo ao chão.

Eu ainda mantinha meu olhar o meu pai, sentia as lágrimas engrossarem a cada passo que minha mãe dava, me sentia vazia.

Parecia uma ilusão, mas uma ilusão real. Um completo pesadelo que gostaria de acorda imediatamente.

Senti tanta raiva também, muita raiva. Acho que umas partes das lágrimas é por ódio.

Depois de um breve tempo sinto meus pés tocar ao chão, olho ao redor e percebo que estou dentro de uma nave. Vejo minha mãe ir para a cabine de comando e rapidamente faz a enorme porta da nave se fechar. Em poucos segundos a nave já estava fora do chão, chego um pouco mais perto de minha mãe e me sinto um pouco aliviada por está bem junto com ela, mas algo interrompe minha paz novamente quando um impacto grande me faz cair de joelhos.

Escuto umas das asas estralar e quanto mais minha mãe ia para frente, mais barulho fazia.

Me levanto e a olho com pânico. Ela se levanta de onde estava e vem em minha direção.

— Ei, minha flor, vou ter que sair daqui, certo? — ela se agacha e coloca as mãos dela em meu rosto e diz calma, mas no fundo da sua voz dava para sentir o seu desespero. — Se alguma coisa acontecer comigo, eu quero você fuja do reino o mais rápido possível.

— Não, não vou deixar você aqui, nada vai acontecer com você. — minha voz sai embargada e algumas lágrimas caem que minha mãe enxuga do meu rosto e dar um leve sorriso e me abraça com força novamente.

— Eu quero que vá para Asgard, lá é o lugar mais seguro para você ficar, mas não deixe ninguém te ver de qualquer jeito, fique escondida em algum lugar. — Ela se separa do abraço e se levanta andando em direção à cabine e abre a grande porta de metal e anda até ela.

Ao abrir, me aproximo um pouco para ver o que era, quem era ou o que estava acontecendo lá embaixo e tenho uma visão de um cara barbudo e musculoso. Em sua mão esquerda havia uma corrente bem grossa que parecia enrolada na asa esquerda e na sua outra mão segura uma espada grande.

Vi, também, os outros homens que continuavam correndo em nossa direção que já estavam na metade do caminho.

Minha mãe sem hesitar pula da nave e abre suas asas indo diretamente para o homem. Ela tenta o atacar, mas, ainda, segurando a corrente, o grande homem se defende com o seu anti-braço direito empurrando para o lado o seu soco. Ela se mantinha sobrevoando ao redor do cara tentando o possível acerta alguns golpes. Ele quase desviava de todos.

Depois de algum tempo sobrevoando, ela finalmente coloca os seus pés no chão e o golpeia na perna fazendo o mesmo cair de joelhos.

Ainda com a corrente enrolada em na mão esquerda do barbudo, ela puxa o seu outro braço fazendo com que a espada quebra-se a corrente e rapidamente a pega e enrola no pescoço dele. Ao apoiar o pé nas costas do musculoso, ela puxa a corrente o enforcando, que parecia não fazer tanto efeito, então ela parece aperta a corrente contra o pescoço dele com mais força que, mesmo de longe e uma altura alta, vi que a corda de metal começou a cortar o pescoço e sangue surgia aos poucos.

Ela manteve as suas asas abertas nesse meio tempo e em um movimento que o homem fez com sua espada, que quase me fez não ver, ele corta o lado esquerdo da asa. Escuto um grito de dor vindo dela e meu coração novamente dispara, me sinto um pouco tonta e enjoou ao ver o próprio sangue dela, mas isso não fez ela soltar a corrente, ela continuava firme.

Eu queria ajudar em algo, mas eu seria inútil, já que sou fraca. Infelizmente não posso ajudar em nada.

Ainda a observava, mas ao perceber que havia um homem alto atrás dela tentei gritar para avisar a ela, mas era tarde e vejo a espada atravessar o peito dela que fez ela largar a corrente. O homem fraco tira a corrente enrolada de seu pescoço e a joga para o lado e coloca suas mãos no chão tentando recuperar o ar que perdeu em seus pulmões. No mesmo instante que a espada tinha atravessado seu peito, ele foi tirado, mas ela se manteve em pé.

Suas pernas pareciam bambas, ela estava fraca, não consiga mais ficar de pé, então dela cai de joelhos e olha para mim e diz algo fraco e baixo. As gritarias que antes havia ao redor, não havia mais, não conseguia escutar mais nada, sentir mais nada, além do completo vazio. A única coisa que escutei foi sua voz quase falha.

— Minha linda flor... — sorriu, ela sorriu. Alguns segundos se passam e o seu belo sorriso some e ela então cai de lado e os seus olhos começam a se cerrar.

O seu rosto, agora estava pálido, o seu cabelo parecia sem cor, o seu lindo vestido branco, manchado de seu próprio sangue.

Não consigo desviar meu olhar, não consigo me mexer, não consigo fazer nada, mas algo me vez acordar do transe, um dos homens que está abaixo de mim grita para os outros. As gritarias das pessoas que havia naquele lugar volta e finalmente consigo ter controle com meu corpo. Corro para a cabine de comando e fecho as portas da nave e tento ir o mais longe possível daquele lugar.

Já no imenso espaço, penso em ficar por aqui mesmo, não faço ideia do que fazer, como fazer, apenas me levanto do assento e deito no chão abraçando meus joelhos e começo à chorar, simplesmente choro e peço para que isso ser irreal, que seja uma alucinação, que seja um pesadelo.

Continua...

A recompensaOnde histórias criam vida. Descubra agora