A recompensa

Lembranças

Escuto alguns passos, a porta sendo destrancada e depois o ranger dela. Não ligo já que sempre é a Lyra, a serva que o moreno pediu para que me entrega-se comida e uma jarra de água. Ela é bem simpática e legal, e não se importou quando soube que eu sou a fugitiva. Lyra é quase uma amiga, às vezes até conversamos, não aguento mais ficar trancafiada nesse quarto só lendo, então para não ficar tão entediada, a gente conversa, ela só não fica muito porque podem desconfiar...

— Bom dia. — Digo sonolenta ainda com os olhos fechados após a porta ser aberta. Sempre que é ela que fala bom dia primeiro, mas dessa vez foi eu. Achei estranho já que ela mal entra no quarto e já está falando bom dia. — Lyra? — Pergunto abrindo um olho e erguendo a cabeça para ver se ela ainda estava já que ela não retribuiu. — O que você está fazendo aqui? — Me assusto levantando em um pulo.

— Desculpa, não queria te acorda, e muito menos, te assustar. — Diz o moreno que está na minha frente. — Vim aqui por um motivo. — Diz com um ar de superioridade.

— Depois de duas semanas você aparece? — Satirizo com o moreno fazendo ele revirar os olhos. — Que motivos de trouxe aqui, senhor...? —Pauso esperando ele fala o seu nome. O moreno então faz uma expressão de dúvida, talvez esquecendo que ele nunca tinha me falado o seu nome. Depois de um breve tempo, o moreno então responde.

— Loki. — Nome até que familiar... — Esqueci de te dizer antes. — Diz então Loki. Um nome bem bonito, não posso negar. — E respondendo a sua pergunta, vim perguntar sobre tudo antes de você parar aqui. — Diz tudo de uma vez.

— Então você quer saber sobre a minha vida, é isso? — Pergunto erguendo as sobrancelhas. Loki então assente a cabeça positivamente. —  Não. — Falo me deitando novamente e colocando o travesseiro em cima da minha cabeça.

— Olha... Se você não responder as minhas perguntas eu... Te entrego à Odin. – Diz puxando o travesseiro da minha cabeça. Esse cara só pode tá de brincadeira.

— Bom... E eu falo que foi você que me meteu dentro desse quarto. — Digo me levantando rápido e apontando o meu dedo para o mesmo. Vejo que ele ficou pensativo. Ótimo, o primeiro passo já está feito, agora é só tirar ele do quarto e finalmente, paz.

— Está bem, você ganhou. – Ele então ergue as mãos fazendo um gesto de rendição.

— Que bom. Agora pode sair do meu quarto porque ainda não terminei o meu sono. — Digo em um tom um pouco mais alta e apontando para a porta.

— Eu disse que você ganhou no argumento, não que ganhou me convencendo para sair do quarto. —  Mas que idiota. Perdi a guerra, mas não a batalha.

— Tá, tá, o quê que a alteza quer de mim?. — Digo em um tom de sarcasmos fazendo uma reverência. Vejo ele revirar aqueles lindos olhos verdes. Aqueles malditos olhos.

-— Quero que responda as minhas perguntas. — Diz rapidamente.

— Está bem, já que não tenho escolha alguma, senta aí vai. — Digo logo me sentando na ponta da cama pegando o travesseiro colocando em meu colo. Após me sentar ele faz o mesmo virando-se o seu corpo em minha direção e olhando em meus olhos como se fosse uma coisa fácil de se fazer. Pelo menos para mim era uma tarefa complicada, já que me encanto facilmente com o verde dos seus olhos.

Antes de começa a falar ele solta o ar pela boca me fazendo sentir o ar quente em meu rosto.

— Primeiro... - Ele começa. — Como você chegou até aqui? - Interpela finalmente depois de uma breve pausa.

— Cheguei com uma nave. — Digo já entediada. — Quantas perguntas você vai fazer? Ainda estou com sono. — Fecho os olhos para que pareça que estou dormindo sentada. Escuto ele bufa antes de continuar o interrogatório.