07 | Troca de interesses

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Assim que voltou ao abrigo, Seungwan guardou as roupas novas em seu quarto. Como algumas peças precisavam de ajustes, ela se viu na situação de ter que interagir com os outros habitantes do abrigo pela primeira ver, a fim de procurar maiores informações sobre costureiras.

Para onde quer que Seungwan olhasse, veria alguém perambulando pelos corredores, com olhares completamente intimidadores. Mas para alguém que tinha enfrentado um semi-deus dragão, aquela missão lhe parecia muito mais fácil. Era só procurar um alvo um pouco mais simpático, ou distraído, e puxar assunto.

Os olhos da guardiã percorreram toda a sala de estar, onde achou apenas crianças brincando, quando ela dobrou o corredor, viu alguns adolescentes cochichando entre si, e torceu para que não fosse sobre ela.

Ainda sim, seungwan estava determinada a colocar seu plano em ação, e andou mais um pouco, até encontrar um senhorzinho sentado na área externa do abrigo, tocando um instrumento de corda.

Era parecido com um violão, mas tinha o cabo extremamente fino, e poucas cordas. Ainda sim, uma melodia muito doce saia daquele instrumento. Seungwan poderia passar horas e horas ali, ouvindo o velho tocar.

Talvez estivesse hipnotizada, pois sentiu seus pés se moverem em direção da musicista, e o assoalho de madeira estralou de tal forma que assustou a musicista.

— Ah, me desculpe. – A morena falou. – não quis atrapalhar.

— ah, já estava na hora de eu parar mesmo.. – O senhor sorriu. – qual a vossa graça?

— como?

— perguntei como se chama. – Explicou o velho

— ah, sou a Son seungwan. – a mulher crispou os lábios a pensar no que mais deveria falar. – Eu vim de longe...

— eu sou o Baeun. – Ele completou – vim de longe também, da costa oeste do país.

— então você também é um estrangeiro. – seungwan sentiu o coração se aquecer por encontrar alguém em comum.

— sim, eu vim fugido de um governante tirano. – Eçe agora não tinha mais o sorriso no rosto. – e a senhorita?

Mais uma vez, um lapso de memória passou pela mente da Son Sua vida não era fácil, mas estava em uma época com menos liberdade para as mulheres e também para os homens (ainda que em menos proporção), e que poderia ser muito cruel.

Precisava voltar para a casa, ainda que lá tivesse mil e um defeitos.

— hmm... eu vim depois de uma briga de família

— a família pode ser bem cruel quando quer... – O velho suspirou. – Por um acaso quiseram te vender?

— ah, não... – Seungwan coçou a cabeça. – só meus irmãos que fizeram birra...

— uh, entendo. – Baeun voltou a olhar para terra. – eu aprendi a tocar lá no palácio do rei, mas já faz tanto tempo...

— e toca muito bem, afinal de contas. – A son elogiou. – toca divinamente, se quer saber.

— é porque eu tenho descendência com semideus da música. – Ele falou simplista. Era engraçado, mas de fato as pessoas ali estavam completamente acostumadas a magia e mitologia.

Como que uma fonte tão poderosa de lendas e costumes tinhas desaparecido por completo? Era difícil imaginar que aquele mesmo terreno, seria uma terra completamente cética décadas depois.

— Eu não tenho parentesco nenhum, mas aparentemente sou uma sacerditisa que guarda o fogo celestial.

— é, percebi pelas suas roupas novas. – ela apontou para seu hanbok especial. – precisa de ajustes, mas ficou bem imponente em você.

Kingdom Come » Min Yoongi (Suga)Onde histórias criam vida. Descubra agora