Emily Dickinson disse uma vez que: "diante de um coração partido nenhum outro pode falar sem ter tido o grande privilégio de igualmente ter sofrido".
JJ e Kiara se conheceram no que ele, a princípio, pensou ser o pior dia de sua vida. Entretanto nad...
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"Se eu morrer só um pouco, por dentro, só um pouco, se eu te quiser e te ligar, e depois mudar de ideia, se eu precisar de um pouco mais de tempo para lidar com o fato, de que eu deveria ter te tratado melhor."
-Kacey Musgraves
Kiara acordou com uma música de rock conhecida por ela, a única coisa que estranhou após ficar um pouco menos sonolenta foi que nem mesmo tinha aquela música em seu celular e também não havia nem um rádio ligado ou coisa do tipo
Passou alguns instantes resmungando ainda deitada no sofá e após isso foi tentar descobrir de onde vinha o som que lhe dava a impressão de ficar mais alto a cada segundo, franziu a testa totalmente confusa ao perceber que o som vinha do seu casaco que estava, por sinal, jogado em cima da mesa de centro
Xingou alto ao constatar que havia ficado com o celular do tal JJ, atendeu o telefonema tendo a certeza de que no mínimo seria acusada de ladra, melhor forma de começar o dia
-Bom dia, espero não estar atrapalhando –não demorou muito até reconhecer a voz da noite anterior
-Não atrapalha não, eu... desculpa por isso, digo, o celular, foi realmente um acidente eu juro –tratou de se explicar, não queria que ficasse uma imagem ruim da situação
-Tudo bem, eu não achei que tivesse acontecido outra coisa –ouviu com descrença ele dizer isso
-Na verdade eu liguei para propor uma espécie de agradecimento e pedido de desculpas, aceita um jantar hoje à noite? –ela sorriu quase sem acreditar naquela situação, para quem achava que seria chamada de ladra estava muito bem, conseguira até mesmo um jantar
Pensou por alguns instantes se realmente deveria aceitar, mas ao lembrar de como estava sua geladeira –não tão cheia, por sinal –ela decidiu que não tinha nada a perder
-Ahn... tem certeza? É que... sabe que só posso depois que terminar meu expediente no Manson certo? –achou necessário esclarecer -Manson é o bar que esteve ontem –ela explicou e pôde ouvir do outro lado da linha um longo "ah"
-Para mim não é nenhum problema, se for para você pode me dizer outro horário eu não sei bem –por um momento ela pensou que ele não estava muito confortável com a situação ou talvez nem mesmo quisesse estar chamando-a, mas já havia pensado demais em alguém que não fosse ela própria durante a noite passada, não se importaria se ele queria ou não, a proposta já havia sido feita e ela aceitara
-Definitivamente não é um problema, pode acreditar, de qualquer forma eu aproveito e te entrego seu celular –respondeu
-Então, é isso, e ah! Desculpe pela noite passada eu devo ter sido bem insuportável –de fato ele havia sido, na realidade ela tinha uma certa tendência a achar todo cara bêbado insuportável, mas achou melhor não dizer nada disso a ele
