Capítulo Doze

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Boa leitura!

Pov Alice Grande Eilish

A quantidade de tempo em que permaneci de olhos abertos foi mínima em compensação as outras sensações. Embora conhecesse aquele lugar como conheço a palma da minha mão, meu olhos percorreram todo o local para que fosse possível o reconhecimento. As cores pareciam tão mais intensa, muito mais do que meus antigos olhos humanos eram capazes de perceber.

Haviam vários cheiros por todo o lugar e eu me perguntei como minha família conseguia suportar aquela coisa podre entorno de nós. Porém, havia um cheiro em especial.

Era adocicado, um cheiro que eu sabia já ter sentindo antes, mas havia sido estúpida demais para ter dado à devida atenção. Puxei o ar com forças para dentro do meu peito e percebi que meu tórax não o fazia como antes, talvez não fosse mais necessário aqueles movimentos de subir e descer.

Tentei achar a dona daquele maravilhoso perfume, mas meus olhos vagaram por todos e ela não estava ali. Achei estranho, uma vez que seu rastro estava recente demais no ambiente para que ela estivesse longe. Talvez meu rosto tenha se tornado uma careta demonstrando a insatisfação que aquela reação me causou. Eu precisava encontrar à quem pertencia e precisava encontrar logo.

Quando me coloquei em pé, pareceu que era outra pessoa em meu lugar e talvez fosse por isso que eu me senti estranha. Era como se nada daquilo fosse realmente real. Meu corpo demonstrava uma graciosidade desconhecida vinda de mim, como se eu tivesse sido durante minha vida toda uma princesa e isso só tornava tudo tão sobrenatural que começou a me apavorar.

Eu não estava me reconhecendo.

Eu parecia leve, mas sensível.

Eu não conseguia entender.

Ou explicar.

Puxei o ar novamente para os meus pulmões e o soltei com calma percebendo que fazia algum tempo desde que fazia o peito subir, por primeira vez. Precisava lembrar de manter a respiração sempre regulada.

Foi então que notei que estava à muito tempo sem movimentos bruscos e minha família ainda estava parada ali, me observando. Eu sabia que eles esperavam por qualquer movimento vindo de mim, mas meus olhos ainda procuravam alguém.

- Ela não está aqui! - Mãe Bil disse lendo meus pensamentos e meus olhos pararam nela pela primeira vez.

Pisquei algumas vezes e percebi que isso também não era tão necessário quanto eu imaginava, mas que seria estranho se não o fizesse. Foi quando passei a notar coisas que nunca tinha notado antes. Como algumas cicatrizes no antebraço esquerdo de Billie. Como eu nunca tinha reparado aquilo?

- Era quase imperceptível aos olhos humanos. - Ela continuou me respondendo.

Encarei o seu rosto, só então tendo a real noção da beleza que minha mãe possuía. Se para os humanos, ela já era irresistível demais, para um vampiro só tornava tudo ainda mais claro e evidente. A pele pálida com nenhuma marquinha se quer, o lábio vermelho mesmo que não houvesse sangue correndo em suas veias, o pequeno nariz com um píercing delicado colocado. Minha mãe era tão atraente que não foi à toa que mãe Eternity havia se apaixonado por ela.

Precisei engolir em seco quando minha boca salivou com o aroma que a brisa de alguma janela aberta trouxe, eu não sei explicar como, mas engolir, que era uma tarefa fácil para qualquer pessoa se tornou bastante dolosa dentro de segundos. E quando eu menos esperei, havia uma dor estranha dentro de mim. E foi forte o suficiente para que eu levasse a mão na garganta e fechasse os meus olhos, mas pareceu que os outros sentindo se tornaram mais aguçados do que antes. Foi como perder o juízo e gostar da sensação.

A Primeira Eterna - Um Conto À Parte.Onde histórias criam vida. Descubra agora